Seus avós assistem televisão em volume alto? Atenção, pode ser um indicativo de perda auditiva
Se os seus avós têm dificuldade de compreensão, não ouvem a campainha tocar, assistem televisão em volume alto e pedem para as pessoas falarem mais devagar e com clareza, você precisa ligar o sinal de alerta. Isso porque esses são alguns indicativos de perda auditiva ou surdez. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 15 milhões de brasileiros têm algum grau de deficiência auditiva.
O envelhecimento é a causa mais comum do problema, uma vez que, com o passar do tempo, geralmente a partir dos 50 anos de idade, o indivíduo passa naturalmente por um processo degenerativo na audição. Ou seja, a pessoa não consegue ouvir com a mesma perfeição de quando tinha 20 anos, devido à morte de células auditivas.
Além disso, também são causas: as hereditárias, as infecciosas (otites, meningites, rubéolas etc), as traumáticas e as doenças sistêmicas, como diabetes, pressão alta, lúpus e artrite. Consideramos que um ser humano com audição saudável escuta até 25 dB em todas as frequências. Ultrapassando esse limite, nota-se algum grau de perda auditiva, podendo ser leve, moderada, severa ou profunda. Esse diagnóstico só pode ser dado após uma consulta com o otorrinolaringologista e um exame de confirmação chamado audiometria.
Então, a primeira dica é não hesitar em procurar ajuda médica. O maior erro do ser humano é achar que é comum o idoso não ouvir. Se há uma dificuldade de compreensão, isso está impactando a vida da pessoa negativamente, é fundamental buscar atendimento médico imediato. Afinal, quanto antes iniciar o tratamento, maiores são as chances de recuperação da audição.
Os tratamentos vão desde aparelhos auditivos convencionais e próteses, às cirurgias de implante coclear, também chamado de “ouvido biônico”. Esse último trata-se de um dispositivo eletrônico, implantado próximo à orelha e que possibilita a captação de som.
É de extrema importância o envolvimento da família durante o tratamento, sobretudo na adaptação aos aparelhos. Essa jornada de troca de pilha, limpeza e manuseio do aparelho não pode ser solitária. Muitos idosos costumam abandonar o tratamento pela dificuldade de adaptação. Portanto, além do médico, é preciso haver um engajamento familiar, de modo que, juntos, possam proporcionar mais saúde, felicidade e qualidade de vida ao idoso.
*Marcos Juncal é Presidente da Associação Baiana de Otorrinolaringologia, Otorrinolaringologista Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial – ABORL-CCF desde 2001, Mestre em Otorrinolaringologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, Clinical Fellow do Ear House Institute – EUA e Preceptor da Residência em Otorrinolaringologia da Santa Casa da Misericórdia da Bahia
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