Quadro de Covid-19 pode se agravar em pacientes que não tratam dos dentes
Quem quer manter a saúde dos dentes em dia, sem riscos de complicações, precisa procurar especialistas a cada seis meses, para revisões e acompanhamento odontológico. Mas, a pandemia de Covid-19 mudou muita coisa para os dentistas, clínicas odontológicas e, principalmente, para os pacientes. Passado o primeiro impacto da chegada do Novo Coronavírus - quando os órgãos de regulação de saúde chegaram, por prevenção, a fechar as clínicas por 90 dias – grande parte dos pacientes interrompeu seus tratamentos. Apesar da reabertura gradual, ficou claro que o paciente ainda tem medo de retomar suas consultas, mas é fundamental não negligenciar o tratamento odontológico.
Os problemas odontológicos não tratados podem agravar algum quadro de Covid-19 nos pacientes idosos ou portadores de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e asma. Cada um destes fatores pode favorecer, de alguma forma, a agressividade da infecção pelo Novo Coronavírus. É preciso lembrar também que, depois do intestino, o lugar que tem mais bactérias é justamente a boca – uma das principais portas de entrada do SARS-COV2.
Então, é preciso que o paciente tenha consciência de que há problemas corriqueiros com a saúde bucal, que até podem ser temporariamente adiados, mas há alguns que, além de dolorosos, são considerados de urgência (não envolvem risco de vida) ou de emergência (podem levar à morte) e não devem, em hipótese alguma, ser negligenciados.
Para que os procedimentos possam ser retomados com segurança aos pacientes e profissionais, as clínicas odontológicas devem seguir à risca o protocolo de biossegurança da Anvisa e serem vistoriada pela Vigilância Sanitária in loco. Entre as principais recomendações seguidas estão a aferição da temperatura corporal na chegada à unidade; a obrigatoriedade na utilização de máscaras; a permissão de acompanhantes somente para crianças, idosos, pacientes especiais ou com mobilidade reduzida - sempre utilizando máscaras faciais; o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs); o maior afastamento do mobiliário na sala de espera; a higienização rígida das superfícies, com limpeza e assepsia com maior frequência; e o reforço da coleta seletiva de lixo biológico por empresa especializada.
Com o objetivo de garantir mais segurança, até mesmo procedimentos mais simples passaram a demorar um pouco mais, pois os consultórios estão sendo rigidamente desinfectados, antes e depois de cada atendimento, além da troca necessária de EPIs.
Além de fazer a prevenção e o tratamento de cárie, mau hálito, periodontite, sangramento gengival e perda dentária, de forma geral, entre outras funções, o cirurgião-dentista tem também como uma das suas competências a melhoria do sorriso, implicando em qualidade de vida e aumento da autoestima.
*Leonardo Carvalho Silva é cirurgião-dentista, especialista em prótese e mestre em reabilitação oral
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