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Osteoporose exige cuidados em casa durante a pandemia

Por Marcelo Midlej

Osteoporose exige cuidados em casa durante a pandemia
Foto: Divulgação

Em outubro – no dia 20 - é celebrado o Dia Mundial de Combate à Osteoporose. A data é importante na promoção da conscientização para a prevenção da doença que já atinge mais de 10 milhões de brasileiros. Este ano, com o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, alertamos os pacientes com a patologia para o risco de queda no ambiente doméstico.

 

Medidas simples contribuem bastante para a prevenção. São elas: evitar tapetes soltos, não deixar móveis fora do lugar habitual, manter as passagens livres de obstáculos, evitar fios elétricos soltos, além de instalar piso antiderrapante e barras de apoio no banheiro e, no quarto, ter um abajur ao lado da cama e armários com gavetas em alturas acessíveis.

 

A doença é uma condição na qual os ossos se tornam mais frágeis e quebradiços. Fisiologicamente, o organismo absorve e substitui tecido ósseo constantemente. Na osteoporose, a formação de tecido ósseo novo não acompanha a absorção. Durante o crescimento ganhamos massa óssea até por volta dos 20 anos de idade. Após os 40, porém se inicia um processo de degradação destes tecidos. Por conta disso, os pacientes com a patologia são, em sua maioria, mulheres acima dos 65 anos e homens após os 70.

 

Dois tipos de células estão envolvidas nesse processo de renovação óssea: os osteoblastos (“formadores do osso”) e os osteoclastos (“degradadores do osso”). Nesse ciclo contínuo, cerca de 10% de todo o esqueleto é renovado a cada 3 meses. 

 

Entre os principais fatores de risco que causam a osteoporose estão a predisposição genética, o envelhecimento, a dieta pobre em cálcio, o sedentarismo, o abuso de álcool e o tabagismo, além da menopausa e uso abusivo de remédios à base de corticóides. Diabetes e disfunções na tireóide também entram nesta lista.

 

A osteoporose é uma doença silenciosa. Raramente apresenta algum sintoma antes que ocorra sua consequência mais grave, uma fratura. Antes que este extremo ocorra, é ideal que sejam feitos exames para o diagnóstico precoce.
 
A ingestão de cálcio é de fundamental importância para a prevenção da osteoporose. A quantidade ideal de ingestão desse nutriente é de no mínimo 1000 miligramas por dia. O cálcio pode ser obtido através de consumo de alimentos derivados do leite e em vegetais como brócolis e folhas verde escuras. 

 

A vitamina D também tem fundamental importância na incorporação do cálcio no trato intestinal. Como poucos alimentos disponibilizam a vitamina D, a exposição diária a luz solar por cerca de 15 minutos é suficiente para suprir nossas necessidades. Exercícios físicos de impacto estimulam a formação de massa óssea e também auxiliam na formação de massa muscular, que é crucial na prevenção de quedas.
 
A medida inicial para tratar a osteoporose é realizada com a checagem e ajuste da dieta para ingestão adequada de cálcio e vitamina D. Se a dieta não for suficiente para conter a perda óssea, suplementos são indicados. Em estágio mais avançado, são adicionadas a essas medidas, o uso de medicamentos, como os bifosfonatos, que promovem o aumento da massa óssea, e a calcitonina, que inibe a degradação óssea.

 

Atualmente também dispomos do uso de medicamentos biológicos. A escolha do remédio ideal depende da particularidade de cada indivíduo. Evitar situações de trauma em geral que potencialmente possam evoluir para fraturas, principalmente as quedas, ainda é a principal recomendação para os pacientes com osteoporose.  

 

*Marcelo Midlej é ortopedista especialista em cirurgia do joelho e diretor médico das clínicas Neo Ortopedia e Instituto Pró-Saúde

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias