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É possível tratar Síndrome do Ovário Policístico com mudanças de hábitos de vida?

Por Ana Cristina Batalha

É possível tratar Síndrome do Ovário Policístico com mudanças de hábitos de vida?
Foto: Divulgação

Cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva sofrem com a Síndrome do Ovário Policístico (SOP), uma doença endócrina caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos que eleva o risco de problemas como resistência à insulina, diabetes tipo 2, câncer e infertilidade. De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome é um distúrbio hormonal que provoca formação de cistos nos ovários, o que fazem com que eles aumentem de tamanho e provoquem alterações no metabolismo da mulher. Esse problema atinge, principalmente, mulheres em idade reprodutiva e se caracteriza pela menstruação irregular, alta produção de testosterona e presença de microcistos nos ovários.

Sempre destaco que ter ovários policísticos não é a mesma coisa que sofrer com a síndrome do ovário policístico e seus sintomas. Aproximadamente 20% das mulheres que chegam ao consultório ginecológico para fazer o ultrassom apresentam cistos no ovário. No entanto, a síndrome só é diagnosticada quando ocorre o aumento dos hormônios masculinos no corpo da mulher associado ao aumento da resistência insulínica e menstruação irregular.
 
Sintomas
O sobrepeso e a obesidade são os sintomas mais comuns entre as mulheres que apresentam a doença. Além do ganho de peso, a síndrome desencadeia outros problemas em função do aumento na produção de hormônios masculinos, como pele muito oleosa, acne, queda de cabelo, crescimento de pelos no rosto, nos seios e no abdômen, dificuldade para engravidar e menstruação irregular ou inexistente.
 
Prevenção e tratamento
Por se tratar de uma alteração metabólica, a SOP deve ser tratada com mudança de hábitos de vida, reeducação alimentar e atividades físicas, o que inclui diminuir carboidratos da alimentação e controlar o peso. Tudo isso é fundamental para melhorar a qualidade de vida e as condições de saúde de quem recebe o diagnóstico, além de melhorar a resistência insulínica da paciente. Associado à adoção desses hábitos, nós, ginecologistas, podemos prescrever medicamentos para regularizar a menstruação ou diminuir a sintomatologia da paciente, principalmente, em relação aos sintomas androgênicos (pêlos, oleosidade da pele, acne…), enquanto a paciente faz essa transição em seu estilo de vida. 
 
As mulheres que não fazem o tratamento em idade reprodutiva apresentam mais riscos de desenvolver problemas cardiovasculares quando atingem a menopausa. Por isso, não podemos negligenciar essa doença para evitar riscos maiores como, principalmente, a diabetes mellitus Tipo 2, que é uma doença crônica que afeta a forma com que o corpo processa o açúcar do sangue e está presente em 90% de todas as pessoas com diabetes.

 

*Ana Cristina Batalha é ginecologista, pós-graduada em Patologia do trato Genital Inferior e Colposcopia, em Medicina Estética, sócia da Clínica EMEG e vice-presidente da Associação Brasileira de Cosmetoginecologia (ABCGIN) 

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias