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Cuidados com acidentes com água-viva e caravelas

Por Raquel Birne

Cuidados com acidentes com água-viva e caravelas
Foto: Divulgação

O verão é a estação mais quente do ano e a Bahia tem a maior extensão de costa litorânea do País. Isso é um verdadeiro atrativo para as férias, quando a costa do estado tem seus hotéis e pousadas ocupados quase em sua totalidade por turistas. A mistura de férias, calor e praia é um verdadeiro atrativo para as crianças, que nesse período, aproveitam e ficam longos períodos dentro do mar e da piscina.

 

Como o Sokids é um hospital pediátrico localizado próximo a área turística, em Vilas do Atlântico, no período de Dezembro e Janeiro, constatamos uma mudança no perfil do atendimento de nossos pacientes. Queixas como otalgia (dor de ouvido) são muito comuns. Outros sintomas inespecíficos como cefaléia (dor de cabeça), vômitos, mal-estar e sudorese fria também ocorrem frequentemente devido a desidratação causada pela associação da exposição solar, aumento da atividade física e baixa ingesta hídrica. 

 

Além desses sintomas, outra mudança tem sido verificada na nossa unidade de saúde. Trata-se dos casos de acidentes com água-viva e caravelas nesse período. Temos atendido frequentemente crianças com esse quadro nas férias de verão.

 

A caravela pode ser identificada facilmente à distância por sua bolha púrpura ou azulada que fica por cima da água, enquanto as águas-vivas são transparentes e podem passar desapercebidas. As duas possuem tentáculos com conteúdo que podem causar queimaduras na pele (nos acidentes mais leves e moderados) e em alguns casos, até quadros mais graves, com sintomas sistêmicos como febre, vômitos, alterações no ritmo cardíaco.

 

Portanto, em crianças, o ideal é que todo acidente com água-viva ou caravela, após atendimento inicial no local, seja avaliado por profissional médico capacitado para atendimento em acidentes deste tipo. 

 

Mas, o que fazer no primeiro atendimento a um acidente com água-viva e caravela até o atendimento médico? Abaixo, algumas orientações dadas pelo Ministério da Saúde para atendimento inicial da criança:

 

Primeiro, para alívio da dor inicial, devem ser utilizadas compressas geladas (pacotes fechados de gelo) envoltos em panos, ou água do mar gelada, se disponível. 

 

Em seguida, o local da lesão deve ser lavado com ácido acético a 5% (vinagre, por exemplo), sem esfregar a região acometida, e, posteriormente, compressa do mesmo produto deve ser aplicada por cerca de 10 minutos, para evitar o aumento do envenenamento. 

 

Há um questionamento muito comum nos pacientes que chegam à emergência de nossa unidade: “Posso lavar com água doce?”. A resposta é sempre “Não”. A água doce pode piorar o quadro do envenenamento. Além disso, a remoção dos tentáculos aderidos à pele deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça ou lâmina por profissional de saúde.

 

Enfim, as férias ainda não terminaram e o verão, mesmo após o início das aulas, continua. Vamos continuar atentos a esses eventos e estar prontos para o atendimento e cuidado inicial das nossas crianças.

 

*Raquel Birne é pediatra e diretora técnica do Hospital Sokids

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias