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Cistos branqueais: massas cervicais congênitas que devem ser retiradas assim que diagnosticadas

Por Marcus Borba

Cistos branqueais: massas cervicais congênitas que devem ser retiradas assim que diagnosticadas
Foto: Divulgação

Dúvidas sobre o que é um cisto branquial, sobre sua gravidade e se há tratamento muitas vezes são levadas por pacientes aos médicos especialistas em cirurgia de cabeça e pescoço. Na realidade, a anomalia é uma massa cervical congênita, um tipo de tumor benigno localizado na parte lateral do pescoço e que contém um líquido viscoso no seu interior. Essa massa cervical forma-se ainda na fase embrionária, antes do nascimento do paciente, e é fruto da falha na reabsorção de restos do aparelho branquial.

 

Em outras palavras, alguns tecidos, durante nossa formação ainda na placenta de nossas mães, normalmente desaparecem até o nascimento, mas, em alguns casos, permanecem e desenvolvem formas de cistos que ficam visíveis durante a infância ou na vida adulta. Tais cistos se manifestam espontaneamente,  sem que haja influência externa. Essas massas cervicais raramente podem ser notadas no período neonatal. Conforme os anos passam, elas vão ganhando forma e podem ser identificadas.

 

O ideal é ficar atento ao surgimento de qualquer espécie de caroço ou protuberância no pescoço, pois, apesar de benignos, os cistos congênitos devem ser tratados adequadamente, de forma a evitar que cresçam ou sofram infecções.  O diagnóstico precoce é fundamental para evitar infecções e conter o aumento de tamanho do nódulo. Além disso, quanto mais cedo o tratamento for feito, mais cedo a pessoa estará recuperada. 

 

Os cistos branquiais resultam do não fechamento das fendas branquiais durante a fase embrionária e se situam em um dos lados do pescoço, próximo a um músculo que vai da orelha até a clavícula. Além da presença visível e palpável de um nódulo, esse tipo de cisto pode provocar dores locais e, em casos mais graves, ser acometido por uma infecção.

 

O diagnóstico deve ser feito por um médico cirurgião de cabeça e pescoço que o confirma com ultrassom, tomografia e punção biópsia aspirativa + citologia. O tratamento recomendado é a intervenção cirúrgica para a retirada do cisto, procedimento considerado de médio risco, por isso é importante realizá-lo com um profissional capacitado, com pleno conhecimento de anatomia da cabeça e do pescoço e habilidade cirúrgica moldada com treinamento específico e volume de cirurgias, já que este tipo de cisto está próximo a inúmeros nervos, veias e artérias que não devem ser comprometidos.

 

* Dr. Marcus Borba é especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFBA e líder da Unidade Especializada em Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Português da Bahia

 

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias