Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Salvador

Notícia

Axé e Espiritualidade Negra: 3ª temporada do Papo Preto estreia com visita aos encantos do Recôncavo Baiano

Por Eduarda Pinto

Axé e Espiritualidade Negra: 3ª temporada do Papo Preto estreia com visita aos encantos do Recôncavo Baiano
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

A terceira temporada do Papo Preto estreou nesta quinta-feira (13) com a temática “Axé e Espiritualidade Negras. O projeto, escrito e apresentado pelas jornalistas Eduarda Pinto e Ana Clara Pires, foi produzido ao lado de Alana Dias e explora os encantos das religiões de matriz africana e o sincretismo religioso na Bahia, provocado pela influência e resistência dos povos africanos escravizados. 

 

O primeiro episódio, que já está disponível no YouTube, viaja até a segunda capital da Bahia, a cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, para desvendar os segredos do terreiro Zògbódó Bògún Màlé S??jáhùn?é, a Roça do Ventura. 

 

 

Fundado por volta de 1850, a Roça do Ventura atravessou quase dois séculos de preservação da cultura “jeje-mahi” na Bahia. O termo “jeje” é uma nomenclatura para designar os africanos escravizados trazidos da região da Costa da Mina, na África Ocidental, onde se encontrava o antigo do Reino do Daomé, e hoje estão os países de Togo, República do Benim e sudoeste da Nigéria. 

 

A palavra tem origem iorubá e significa “forasteiro”, devido às divergências entre grupos étnicos na África. Os escravizados da região foram enviados, especialmente, para a região do Nordeste, onde, entre diferenças étnicas, eram conhecidos como falantes das línguas “gbe”.

 

No que diz respeito às tradições religiosas, os terreiros de tradição jeje cultuam os Voduns, espíritos e divindades, que, comumente, representam forças da natureza ou ancestrais divinizados. O Bahia Notícias conheceu a casa religiosa, que se encontra em meio a uma reserva natural, que foi tombada juntamente com o terreiro em 04 de dezembro de 2014 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

 

A solicitação para o tombamento da casa de candomblé matricial de tradição Jeje-Mahi foi feita pela presidenta da Sociedade Religiosa Zogbodo Male Bogun Seja Unde, Alaíde Augusta da Conceição, a veneranda vodunce Alaíde de Oyá, em dezembro de 2008. Com estudos e avaliações técnicas, o Iphan reconheceu a importância da Roça do Ventura na rede de terreiros do Recôncavo Baiano e sobretudo para a formação do candomblé como uma instituição religiosa.

 

O reconhecimento nacional marca o início das ações legais de proteção à casa de candomblé, que são ainda necessárias em função do risco provocado pela especulação imobiliária na região de Cachoeira.