Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Política

Notícia

Alçado ao Senado, Cacá tenta aproveitar herança de votos de Leão mais uma vez

Por Gabriel Lopes

Alçado ao Senado, Cacá tenta aproveitar herança de votos de Leão mais uma vez
Foto: Divulgação

"Atenção, vai mudar". A frase, comumente utilizada durante transmissões de partidas de futebol, pode ser usada no atual contexto político no estado da Bahia. A troca de João Leão (PP) por seu filho, Cacá (PP), na posição de pré-candidato ao Senado na chapa encabeçada por ACM Neto (UB) na disputa pelo Palácio de Ondina é só mais uma das constantes movimentações na política baiana em 2022 (leia mais aqui). A mudança, no entanto, não será uma grande novidade na família, já que em outra oportunidade Cacá Leão aproveitou a herança de votos deixada por seu pai, algo comum na política.

 

Na Câmara dos Deputados, João Leão iniciou sua trajetória com a eleição de 1994, quando obteve 29.135 votos. Nos pleitos seguintes, a cada quatro anos, o "Bonitão" expandiu suas bases e aumentou a votação: eleito em 1998 com 64.740 votos; em 2002 com 97.448 votos; em 2006 com 103.222 votos e em 2010 com 203.604 votos.

 

Leão se licenciou do mandato de deputado federal, na Legislatura 2007-2011, para assumir o cargo de secretário Estadual de Infraestrutura do Governo da Bahia, de 20 de agosto de 2009 a 31 de março de 2010 e também na Legislatura 2011-2015, para assumir o cargo de Chefe da Casa Civil do Município de Salvador, a partir de 16 de março de 2011. Reassumiu em 15 de março de 2012. Ele vinha de eleições consecutivas para a Câmara quando decidiu compor a chapa do governador Rui Costa (PT), no cargo de vice-governador, em 2014. O grupo saiu vitorioso naquele ano, desbancando o nome de Paulo Souto, do então Democratas (hoje União Brasil), com mais de 54% de votos nas urnas.

 

Nesse mesmo ano de 2014, impulsionado pelo pai e abocanhando parte do recall deixado por ele, Cacá foi eleito para seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados com 125.605 votos. O parlamentar vinha de um mandato na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), para o qual foi eleito em 2010 com 79.137 votos. Já em 2018, após consolidar o mandato, manteve as bases mas apresentou leve redução nas urnas: foi eleito com 106.592 votos.

 

Se até o início da semana Cacá tinha como certa sua tentativa de reeleição para mais um mandato na Câmara dos Deputados, agora o cenário mudou. Ele deve ser testado nas urnas como candidato ao Senado no grupo de ACM Neto aproveitando o potencial de votos que seriam depositados em seu pai na disputa. Pela frente, Cacá terá um grande adversário para a única vaga em aberto: o senador Otto Alencar (PSD) tenta a reeleição na chapa encabeçada por Jerônimo Rodrigues, do PT, e que tem Geraldo Júnior (MDB) como pré-candidato a vice-governador.

 

A MUDANÇA

A fragilidade na saúde de João Leão, 76 anos, foi um dos motivos balizadores para a decisão do atual vice-governador em recuar da candidatura. Os números pouco animadores nas pesquisas também teriam pesado nas tratativas. Uma reunião na noite desta segunda-feira (2) decidiu o cenário atual e Leão irá disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, campanha mais fácil para um cacique como ele. Uma inversão do quadro apresentado até então. A expectativa é que o vice-governador seja um puxador de votos, o que permitiria até uma eventual ampliação da bancada do Progressistas.

 

Presidente do PP na Bahia, João Leão e seu partido deixaram o arco de alianças de Rui Costa e Jaques Wagner em março deste ano, após 14 anos. O rompimento foi fruto da tensão criada após o vice-governador ser informado pela imprensa que Rui permaneceria no cargo de governador até 31 de dezembro, contrariando as conversas prévias de que Leão herdaria o mandato tampão de 9 meses, ficando responsável pela transição entre os governos. Coube a Wagner divulgar o acordo interno do PT que remodelou a chapa governista, em entrevista a Rádio Metrópole (leia mais aqui).

 

Leão entregou uma carta de demissão do cargo de secretário estadual de Planejamento e foi direto para os braços de ACM Neto. À época, a executiva do Progressistas na Bahia disse que foi "inaceitável a quebra do acordo" para Leão assumir governo e comentou sobre a "contribuição do partido nos êxitos das últimas quatro gestões estaduais e explicar o caminho que nos trouxe até esta importante decisão" (relembre aqui).

 

Cerca de 15 dias depois do rompimento, o PT deu o contragolpe e anunciou que o presidente da Câmara de Salvador, vereador Geraldo Júnior (MDB), seria o candidato a vice-governador na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT). A movimentação ocorreu após a Câmara de Salvador eleger o emedebista para o terceiro mandato na Casa. A votação foi convocada pelo presidente, após o edil mudar a Lei Orgânica do Município. O ato foi divulgado no Diário do Legislativo soteropolitano (leia mais aqui).

 

A legislação vigente autorizava que o presidente da Câmara fosse reeleito em legislaturas diferentes. Porém, com a alteração, será possível a recondução na mesma legislatura. A mudança chancela a possibilidade de Geraldo Júnior ser reeleito para o terceiro mandato consecutivo.