'Se for instaurado, nós vamos esclarecer', assegura Bruno sobre investigação do Abaeté
Por Gabriel Lopes / Bruno Leite
O prefeito Bruno Reis (UB) sustentou a legalidade da obra de urbanização executada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) na Lagoa do Abaeté. Durante uma entrevista coletiva, concedida nesta terça-feira (15), ele disse que sua gestão vai responder os questionamentos a serem feitos pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), que investiga a intervenção (saiba mais aqui).
De acordo com o gestor, não há problema nenhum com a urbanização do trecho das dunas. "O procedimento [do MP] é feito para se questionar e a prefeitura vai responder. De uma coisa eu sei: temos todo o licenciamento, não está em uma área de proteção ambiental, é uma obra totalmente ecológica", apontou.
As declarações do prefeito Bruno Reis acontecem após a 4ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e Urbanismo da Capital realizar uma vistoria técnica ao local e afirmar que prepara laudos periciais sobre a intervenção, a fim de instruir um procedimento preparatório que apura possíveis danos ambientais.
"Ela [a obra] tem a função de preservar aquela área que está abandonada. Se o procedimento for instaurado, vamos esclarecer e ao final não teremos qualquer problema", adicionou o prefeito quando questionado sobre o assunto.
A vistoria do Ministério Público contou com a participação de representantes da Seinfra e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Procurado pelo Bahia Notícias, o MP-BA afirmou que só se manifestará quando tiver os documentos da perícia em mãos.
Desde o anúncio feito pelo prefeito Bruno Reis (UB), no início de fevereiro, o projeto enfrenta críticas de ambientalistas, que apontam ilegalidade na construção de qualquer tipo de coisa no local, que é registrada como Área de Proteção Ambiental (APA). Alguns grupos prometeram, inclusive, acionar o MP-BA contra as obras (relembre aqui).
O projeto de urbanização do local envolve, dentre outros equipamentos, a construção de um prédio com estacionamento e um auditório para 50 pessoas. De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), o MP-BA ainda não fez quaisquer recomendações sobre a obra. Em nota encaminhada ao BN, a pasta alega que “a finalidade da urbanização é justamente a preservação do meio ambiente”.
“A requalificação prevê uma urbanização da área, com instalação de toda a infraestrutura necessária para dar suporte aos frequentadores do lugar, proporcionando mais qualidade, conforto e segurança”, defendeu a Seinfra.