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Ex-coordenador da Salvamar foi exonerado do cargo sem ser avisado pela Semop

Por Matheus Caldas

Ex-coordenador da Salvamar foi exonerado do cargo sem ser avisado pela Semop
Foto: Divulgação

O ex-coordenador da Salvamar, Helenilton Gonçalves, não foi informado pela Secretaria Municipal de Ordem Pública de Salvador (Semop), pasta que comanda a autarquia, da sua exoneração, publicada nesta quarta-feira (22) no Diário Oficial, embora a publicação indique que a movimentação ocorreu a pedido do próprio agente de salvamento aquático.

 

O Bahia Notícias apurou junto a salva-vidas da Salvamar que Gonçalves só soube da saída do cargo após receber mensagens em grupos de WhatsApp. Em seu lugar, foi nomeado Alysson Carvalho, ex-inspetor-geral da Guarda Municipal (leia mais aqui). A mudança ocorreu após a prefeitura alterar trecho do texto do plano que estabelece os critérios e condições para o desenvolvimento e progressão na carreira de Guarda Municipal. O Palácio Thomé de Souza acrescentou um ponto ao decreto nº 18.017 de 30 de novembro de 2007 e agora os agentes podem exercer cargo em comissão ou função de confiança nas Diretorias e Coordenações da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) (leia mais aqui).

 

Embora tenha sido classificada como "a pedido" no Diário Oficial, pedido de exoneração não partiu de ex-coordenador 

 

Presidente da Associação Baiana de Salvamento Aquático (Abasa) e diretor Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps), Pedro Barreto indicou que, em reunião realizada na última segunda-feira (20) com a titular da Semop, Marise Chastinet, os agentes não foram informados que Carvalho seria o novo coordenador da autarquia.

 

De acordo com Barreto, foram discutidas reformas na Salvamar, que vive crise institucional. Dentre elas, a saída de Fabiana Moura da chefia de Busca e Salvamento, o que ainda não aconteceu. A substituição de Gonçalves por Carvalho, por outro lado, não teria sido mencionada. 

 

Ele afirma que soube por outros meios, na última terça (21), que o ex-inspetor da Guarda poderia assumir o cargo. “Soube do decreto e, na mesma hora, mandei para secretária dizendo que ela estava jogando barril de pólvora em fogueira se ela nomeasse um guarda. Não me respondeu”, garante.

 

Outra reclamação dos salva-vidas é que Gonçalves, agente de salvamento de carreira, é um quadro técnico substituído por um quadro sem especialização na área. “A pessoa, aparentemente, não tem experiência com salvamento aquático. A Salvamar está assim por pessoas sem experiência. Até conheço o Alysson. Não muito, mas conheço. Não tenho uma má referência, mas achamos que a coordenação da Salvamar não é adequada”, opina. “O único membro administrativo que conhece os salva-vidas foi trocado”, acrescenta. 

 

Em nota enviada ao Bahia Notícias, a Semop informou que os salva-vidas estavam cientes da mudança. “Semop informa que reforma administrativa foi uma das solicitações dos servidores”, diz a pasta. “Inclusive na própria reunião no gabinete da Semop, na última terça feira (21), todos foram informados da mundanca de cargos", acrescenta.

 

Ele chega à corporação em meio a uma crise institucional. No último fim de semana, agentes de salvamento realizaram paralisação e não compareceram a praias de Salvador. Na última terça-feira (21), houve um protesto em frente ao Legislativo soteropolitano. Os profissionais alegam que há falta estrutura na autarquia. “A gente viu essa nomeação. O que a experiência me demonstrou é que o movimento vai crescer bastante”, projetou Barreto.

 

Segundo o presidente da Abasa, o município nunca teria pago o auxílio fardamento de R$ 450 por ano aos agentes. A entidade também cobra a convocação de 17 aprovados no concurso para a Salvamar, realizado em 2019 – no início deste ano, foram chamados 10 destes profissionais. (Atualizada às 14h26 com inclusão de novo posicionamento da Semop)