Economista-chefe da XP defende mudanças estruturais para reduzir dívida pública

O Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara Federal realizou nesta segunda-feira (2) a quarta audiência pública do estudo, relatado pelo deputado baiano Félix Mendonça Júnior (PDT), que visa propor soluções para frear a evolução da dívida pública brasileira. Um dos convidados da audiência foi o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, que defendeu soluções estruturais para reduzir a dívida, que já passa dos R$5 trilhões.

 

“Antes da pandemia, o Brasil vinha avançando do ponto de vista estrutural para ter uma estabilização fiscal e obter a queda da dívida, que já chegou a ser de equivalente a 100% do Produto Interno Bruto (PIB) e hoje beira aos 90%. Precisamos retomar esse ritmo para manter uma tendência de queda, sem adotar soluções mágicas”, salientou.

 

Félix Mendonça criticou o aumento da taxa Selic de 3,5% ao ano para 4,25%, anunciado pela Banco Central na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho. Para o parlamentar, o aumento da taxa pressiona ainda mais a dívida e prejudica a economia. “Vários países no mundo estão adotando a taxa negativa de juros e o Brasil segue na contramão da história. Só vamos estimular a economia e reduzir a dívida pública com a queda dos juros”, frisou. 

 

O deputado baiano, que enviou requerimento cobrando informações do Ministério da Economia sobre o aumento da taxa Selic, deve apresentar até o final deste ano o resultado do estudo em um livro. Estão previstas outras audiências públicas, inclusive uma internacional. Da reunião de hoje também participaram representantes do Tesouro Nacional e da imprensa especializada.