Sindicato dos Rodoviários cobra reunião com a SSP-BA para discutir segurança no transporte
Por Ailma Teixeira
Após uma tentativa de assalto a ônibus que culminou na morte de um passageiro (lembre aqui) e deixou o cobrador baleado (lembre aqui), o Sindicato dos Rodoviários cobra uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) para discutir a situação do transporte coletivo. Roubos a ônibus são rotina em Salvador, com média de quatro a cinco ocorrências por dia, de acordo com a entidade. Dados divulgados pela SSP-BA indicam 325 casos apenas de janeiro a março.
"Tentamos uma reunião em dezembro, janeiro... Aí veio a pandemia, 'não pode reunir', mas vamos fazer uma reunião online", disse Daniel Motta, diretor de Comunicação do sindicato, ao Bahia Notícias. Ele cobra um retorno da secretaria para que o problema seja discutido em conjunto.
Como sugestão, Motta cita o uso de câmeras de reconhecimento facial, a exemplo das utilizadas no metrô. "No Carnaval tem o sensor, um equipamento tecnológico, por que não tem um método de inteligência com essas câmeras no ônibus?", propõe.
O diretor até ponderou que a Operação Gêmeos, da Polícia Militar, tem sido solícita com a categoria, e disse que a Polícia Civil "tem suas limitações". Ainda assim, ele reforça a necessidade de um trabalho de inteligência para combater esse crime recorrente. "Hoje foi um cidadão que morreu dentro do ônibus e um cobrador baleado. Amanhã vai ser o quê?", indagou, de forma retórica.
O caso em questão foi na Ladeira do Cacau, no bairro de São Caetano, região já recorrente nos registros de assaltos, segundo Motta. O rodoviário foi atingido na perna, passou por um procedimento médico e, de acordo com a entidade, está bem. Já o passageiro morto era um ex-policial militar, que chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) San Martin, mas não resistiu. A autoria do crime será investigada pela Polícia Civil.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) afirmou ter realizado, no dia 23 de março deste ano, uma reunião com representantes do sindicado e da prefeitura da capital. De acordo com a pasta, o encontro foi para “apresentar a redução dos casos e se colocar à disposição para estreitar o contato e elaborar novas estratégias”.
Sobre as câmeras de reconhecimento facial, a SSP diz ter colocado “à disposição sua equipe técnica para orientar as empresas que tenham interesse em implementar a tecnologia nos veículos que são bens privados”.