Fala de Lira sobre impeachment revela desejo de 'as ruas fazerem diferença', avalia deputado

Deputado federal pela Bahia, Daniel Almeida (PCdoB), participa, na tarde deste sábado (3), da mobilização contra o presidente Jair Bolsonaro, em Salvador. Par ele, ocupar as ruas é o mecanismo de pressão que pode “encurtar o drama que Bolsonaro está produzindo”. O movimento defende a queda do presidente da República e tenta pressionar pela aceitação de um processo de impeachment contra o gestor. 

Na última quinta-feira (1) um “superpedido”, que reúne outros 124 antes registrados na Câmara dos Deputados, foi protocolado na casa. A proposta, assinada por parlamentares de diferentes posições políticas, movimentos sociais e entidades da sociedade , listas de 20 crimes supostamente realizados pelo presidente. Para ter a tramitação iniciada, o pedido necessita da aceitação do presidente da Casa, Arthur Lira (PP). Ele já chegou a afirmar que “não há ambiente” .

Sobre a postura do presidente da Câmara, Daniel Almeida avalia que a postura de Lira não é desprovida de “realidade”, mas pode também ser interpretada como um “estímulo” para que as pessoas ocupem as ruas. 

“Há alguma razão quando afirma que não foi feita nenhuma manifestação contundente de rua que pressione o Congresso. Tem também alguma avaliação que no Congresso, em função do fisiologismo, que nunca foi tão forte, o ambiente ainda não dá segurança do impeachment. Então, essa análise não é desprovida de realidade, mas isso também expressa um sentimento que ele tem de que as ruas pode fazer a diferença, um estímulo de que as pessoas estejam nas ruas”, diz Daniel Almeida. 

Para ele, o presidente da República é o “principal semeador do vírus e estimulador das mortes”, fatos que justificam as manifestações mesmo em um ambiente pandêmico.