'Fatos poderiam dificultar o relacionamento com o Senado', diz Ernesto sobre demissão
Por Ailma Teixeira
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, repetiu que entregou seu cargo por conta do relacionamento com os senadores. Ele destacou que não houve qualquer relação com a aquisição de vacinas.
"O presidente me manifestou que havia surgido, a partir de determinados fatos, dificuldades que poderiam dificultar o relacionamento com o Senado e me pediu que colocasse à disposição o cargo, o que eu fiz", justificou, sem apresentar muitos detalhes sobre as tais "dificuldades", em sessão na manhã desta terça-feira (15).
Araújo, que estava no governo Jair Bolsonaro desde o início, deixou o comando do Itamaraty em março, por pressão do Senado. Parlamentares defendiam que a compra de vacinas seria facilitada sem a presença dele no governo.
CPI DA PANDEMIA
Ernesto Araújo é o sétimo a depor na CPI da Pandemia. Antes dele, os senadores colheram depoimentos dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, do atual ministro Marcelo Queiroga, do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, od gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e do ex-secretário especial de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten.
A previsão é de que o general Eduardo Pazuello, também ex-ministro da Saúde, deponha nesta quarta (19), mas o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu autorização para que ele possa ficar em silêncio. Com esses e outros depoimentos, a comissão tenta esclarecer as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia.