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Após assumir bacia da CSN, prefeitura precisa arcar com custo de R$ 8,9 milhões óleo diesel

Por Matheus Caldas

Após assumir bacia da CSN, prefeitura precisa arcar com custo de R$ 8,9 milhões óleo diesel
Foto: Ícaro Chagas / Ônibus Brasil

Operadora da frota de ônibus responsável pela região da orla, a prefeitura de Salvador utilizou quase R$ 9 milhões para comprar 2,3 milhões de litros de óleo diesel para os veículos que realizam o transporte público nesta área da cidade. A informação consta na edição desta sexta-feira (23) do Diário Oficial do Município (DOM).

 

Segundo a publicação assinada pelo secretário de Mobilidade Urbana (Semob), Fabrizzio Muller, a contratada foi a empresa Petrom Combustíveis S/A, pelo valor exato de R$ 8.947.000,00. O prazo é de 60 dias. 

 

O município passou a gerir a bacia antes gerida pela Concessionária Salvador Norte (CSN) após grave crise financeira que atingiu a empresa. Antes de assumir completamente o sistema, a prefeitura havia feito intervenção no empreendimento.

 

Um relatório realizado pela prefeitura, e ao qual o Bahia Notícias obteve acesso, aponta uma série de movimentações suspeitas dos sócios da CSN, cujas decisões teriam ocasionado “despesas excessivas, injustificadas e irracionais, em prejuízo dos próprios resultados”.

 

Para tentar reduzir o passivo da empresa, a Justiça do Trabalho da Bahia vai leiloar um terreno para quitar dívidas trabalhistas contra a CSN Transportes Urbanos e outras empresas do ramo. O terreno tem 40 mil m² e está situado na Rodovia BA-526.  A alienação judicial foi determinada pela juíza Andréa Presas Rocha, da Coordenadoria de Execução e Expropriação do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT- BA) (reveja aqui).

 

Conforme o relatório feito pelo Executivo soteropolitano, "as condições econômicas e financeiras reúnem dificuldades insuperáveis suficientes para afastar a possibilidade da concessão continuar a ser explorada pela concessionária na situação atual, com os acionistas e as práticas administrativas e gerenciais adotadas, advém das (más) condutas administrativas, societárias, empresariais e de gestão dos administradores, partes relacionadas, acionistas e da própria CSN, transformadas em insuperáveis diante da recusa dos acionistas de proceder os aportes e o investimentos necessários à recuperação da empresa e de modificar as práticas que determinaram a derrocada econômica e financeira da concessionária." 

 

Por conta do impasse entre o pagamento das verbas rescisórias dos rodoviários que pertenciam à CSN, uma paralisação de rodoviários ligados à Concessionária Salvador Norte (CSN) foi feita na última segunda-feira (19) (reveja aqui). 

 

HISTÓRICO DE DIFICULDADES E INTERVENÇÃO

As dificuldades da empresa começaram em 2019. No final daquele ano, o diretor da CSN, Marcelo Santana, admitiu que a empresa apresentou dificuldades relacionadas com a saúde financeira e o atual valor da tarifa. Ele, no entanto, se disse otimista para 2020 (relembre aqui). 

 

Em março de 2020, funcionários da CSN foram surpreendidos ao terem sido chamados pela empresa para suspender a vigência dos seus contratos por conta da redução de até 30% da frota dos ônibus em Salvador determinada pelo prefeito ACM Neto (DEM) (veja mais). Em junho, a prefeitura de Salvador realizou a intervenção que tinha prazo inicial de 180 dias (reveja aqui).

 

Na época, o então prefeito ACM Neto (DEM) ressaltou que a prefeitura não queria ter empresa de ônibus. "Nós só estamos fazendo a intervenção porque ia parar", comentou. 

 

Com a intervenção vieram as mudanças. A Semob promoveu o remanejamento de 23 linhas que operavam pelo Consórcio Integra Salvador Norte, deixando os veículos operados pelos consórcios Plataforma e OTTrans (veja aqui). 

 

No final do período de intervenção, a única alternativa da prefeitura foi prorrogar a intervenção na CSN (veja mais), ficando até março deste ano. Isso porque, segundo o agora prefeito Bruno Reis, não existia "nenhuma empresa interessada, no Brasil, em assumir a bacia" (relembre aqui). 

 

Até então, a prefeitura de Salvador ainda não tinha decidido o que seria feito em relação ao processo de intervenção na CSN, empresa que opera as linhas de transporte coletivo que abastecem a Estação Mussurunga e a Orla da cidade (veja mais aqui).