Em colisão com o PSL, Talita e Alden aguardam destino de Bolsonaro para decidir rumo

O antigo desgaste entre a executiva estadual do PSL e os deputados estaduais eleitos pelo partido ganhou um novo capítulo. Após a sinalização de aliança política com o MDB (relembre aqui) da executiva estadual, através da deputada federal Dayane Pimentel (PSL) e uma mudança "radical do alinhamento", os parlamentares Capitão Alden (PSL) e Talita Oliveira (PSL) aguardam apenas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para definir o rumo. 

 

"Eu já vinha fazendo comentários que todas as decisões que ela [Dayane] vem tomando são decisões unilaterais. Ela não tem se utilizado do estatuto. Com reuniões ordinárias, consultas dos filiados. Se fosse feito assembleias, os afiliados aprovariam. Nunca aconteceu. Nenhuma deliberação ou reunião da executiva. Convocação dos deputados estaduais eleitos. Tenho encaminhado vários ofícios. Solicito informações, orientações. Isso indica que ela tem decisões unilaterais. Ela me respondeu em email, que ela tem as prerrogativas. Ela confirma que as decisões são de conhecimento do presidente [Luciano] Bivar e que não teria necessidade de consulta. Eu discordo. Temos filiados, diretores. Ela resolveu seguir esse caminho", comentou Alden ao BN. 

 

Talita classificou como "lamentável" a condução do partido. "Perdeu a coerência que elegeu ela [Dayane]. As pessoas que acreditaram tanto nela. Não é meu desejo continuar por conta da presidente estadual. Que ela tenha um discernimento. Quando ela perde a coerência ela perde o maior capital político. Quem trai os seus valores traia em qualquer lugar", disse.

 

Alden revelou que já vem demonstrando seu interesse em sair da legenda. "Quero mudar de legenda. Confirmando isso só irá acelerar. O mandato pertence ao partido mas faz com que não sofra sanções. O partido reforçou lutar contra o PT e o comunismo. Uma vez que muda radicalmente o alinhamento, pelo menos juridicamente consigo a saída. Estou aguardando o presidente da República decidir o caminho dele", disse Alden.

 

Oliveira pontuou que também não irá permanecer no PSL. "Estou caminhando. Não tem a mínima condição. Ela caminhando com o PT. Sou conservadora. Vou buscar um perfil onde esteja o governo Bolsonaro", finalizou.

 

BRIGA ANTIGA

A relação estremecida entre Alden e Talita com Dayane e Alberto Pimentel (secretário-geral do partido na Bahia) vem desde o início de 2019. Ambos reclamam desde então da falta de diálogo da presidente do PSL no estado (leia mais aqui).

 

O deputado estadual Capitão Alden criticou a aliança firmada entre seu partido, o PSL, com o MDB. No último dia 5, ele afirmou que o acordo foi feito de forma arbitrária pela presidente da legenda na Bahia, a deputada federal Dayane Pimentel (PSL) (veja mais).