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Leão não crê em consenso entre PP e PSD na eleição da AL-BA: 'Disputa é irreversível'

Por Bruno Luiz

Leão não crê em consenso entre PP e PSD na eleição da AL-BA: 'Disputa é irreversível'
João Leão, vice-governador do estado | Foto: Divulgação/ SDE

A menos de um mês da eleição para presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o vice-governador da Bahia, João Leão, não acredita mais na possibilidade de consenso entre PP e PSD na disputa. “É irreversível”, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias. 

 

Assim, para Leão, presidente do PP na Bahia, os candidatos Niltinho (PP) e Adolfo Menezes (PSD) irão para o confronto direto, em busca dos votos dos deputados estaduais. Este é o cenário mais temido pelo governador Rui Costa (PT), que vê em um possível bate-chapa uma ameaça à continuidade da coesão do projeto político para 2022, quando o grupo pretende conseguir nas urnas mais quatro anos à frente do Executivo estadual. Ele quer evitar um racha entre PSD e PP, as duas maiores siglas da base aliada e que formam com o PT o tripé considerado essencial para o êxito eleitoral do projeto.

 

“Quando o processo avança, o cara não abre mão [de ser candidato], e os partidos vão para o bate-chapa. Isso é natural”, defendeu o vice-governador. Leão, no entanto, tranquilizou aqueles que temem um rompimento dele com o senador Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia. “Isso não existe. Nem Otto nem eu vamos sair atirando um no outro, por isso estamos deixando essa situação mais por conta dos deputados. Passou 2 de fevereiro [dia seguinte ao da eleição], primeira semana depois, a paz volta ao reino”, minimizou. 

 

O discurso despreocupado de Leão contrasta com o que se vê nos bastidores da base aliada. Para evitar o racha, o governador Rui Costa tem se articulado para conseguir uma candidatura de consenso dentro do grupo, evitando o bate-chapa. Nas últimas semanas, o petista tem investido em conversas com lideranças partidárias para chegar a uma solução. Para chegar a um denominador comum, não está descartada nos próximas semanas uma reunião do conselho político, instância que reúne dirigentes de legendas governistas.

 

Questionado se estaria disposto a apoiar uma candidatura de consenso construída pelo governador, Leão deu uma resposta que mostra como estão os ânimos nesta disputa. “Se fizerem unidade em torno de Niltinho [candidato do PP], nós apoiaremos de braços abertos”, disse. Provocado sobre se acha que o PSD aceitaria um candidato único do PP, o vice-governador ironizou: “Cada um quer unidade pro seu cada qual. Gostaria muito de ter [unidade], mas acho muito difícil.”

 

O imbróglio entre PSD e PP tem origem em um acordo selado por Rui Costa nas eleições para presidência da AL-BA em 2019. Para evitar uma disputa entre as siglas, o petista propôs uma solução que agradaria a gregos e troianos. No biênio 2019-2020, o cargo seria de Nelson Leal (PP). Nos dois anos seguintes (2021-2022), o posto passaria para as mãos de Adolfo Menezes (PSD).

 

Após ser eleito, Leal passou a articular a própria reeleição, um descumprimento de trato que desagradou Rui e o PSD. Sem votos suficientes para emplacar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que lhe daria permissão para um novo mandato dentro da mesma legislatura, algo vedado pela Constituição baiana, e com a decisão do STF que barrou esta possibilidade no Senado e na Câmara dos Deputados, Leal recuou dos seus intentos. Mas o PP não: o partido lançou Niltinho na disputa.

 

“Otto está muito agarrado ao compromisso do governador. Indiretamente, o governador não tinha compromisso partidário. Quando ele fez esse acordo, não foi um acordo de partido, foi um acordo pessoal, com os deputados. Eu não fui consultado para nada. Otto também não foi”, argumentou Leão, para quem não há acordo a ser cumprido. 

 

TERCEIRA VIA

Questionado se apoiaria um candidato de outro partido, fora da polarização entre PP e PSD, o vice-governador revelou que chegou a propor esta solução, mas acredita não haver mais tempo hábil para isso. “Eu acho que o timing passou. Nós propomos isso, até apoiando o companheiro do PCdoB, Fabrício Falcão. Aceitamos também o deputado Vitor Bonfim, do PL, mas, na época, não foi aceito.”