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Aleluia quase foi presidente da Câmara e ministro de Temer, conta Mandetta em livro

Aleluia quase foi presidente da Câmara e ministro de Temer, conta Mandetta em livro
Ex-deputado federal baiano foi braço-direito de Mandetta | Foto: Ag; Câmara

Ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (DEM) dedica um capítulo de seu livro “Um paciente chamado Brasil” a uma figura proeminente da política baiana: o ex-deputado federal José Carlos Aleluia (DEM). Na obra, ele descreve a relação com o democrata, seu correligionário e assessor político na época em que comandou o ministério, e conta bastidores sobre quando Aleluia quase virou presidente da Câmara dos Deputados e ministro de Minas e Energia de Michel Temer. 

 

No capítulo, Mandetta escreve que se aproximou de Aleluia quando se elegeu deputado federal pela primeira vez, em 2010. Na ocasião, o político baiano não conseguiu vencer a eleição para senador e acabou ficando sem mandato. Assumiu, então, o comando da Fundação Liberdade e Cidadania, do DEM, da qual o ex-ministro da Saúde chegou a ser vice-presidente. 

 

Quando Temer virou presidente da República em virtude do impeachment de Dilma Rousseff, Mandetta relata ter lançado internamente na sigla a teoria de que o MDB, partido do então chefe do Executivo Nacional, não poderia ficar com a Presidência e o comando da Câmara ao mesmo tempo. Defensor de que outras siglas da base aliada, deveriam disputar a chefia do Legislativo, Mandetta aconselhou Aleluia a se articular para receber apoio da oposição. No entanto, segundo ele, Rodrigo Maia ouviu a estratégia e se antecipou ao correligionário, conseguindo votos de partidos como o PCdoB, elegendo-se presidente da Casa.

 

Mandetta também narra o DEM ficou dividido sobre qual ministério teria no governo Temer. Caso optasse pela pasta de Minas e Energia, o indicado seria Aleluia. Se a escolha fosse pelo Ministério da Educação (MEC), o nome seria o de Mendonça Filho. Com a bancada da sigla rachada sobre o que faria. coube a Mandetta dar o voto de desempate, que foi por Mendonça. “Ainda tenho essa dor na consciência”, diz o ex-ministro, arrependido.

 

No capítulo, Mandetta apresenta Aleluia como um conselheiro político da gestão na Saúde. Para ele, o ex-deputado é capaz de perceber os movimentos de forma “sofisticada” e como poucos, sendo capaz de antever os acontecimentos. 

 

Para demonstrar o que disse, o ex-ministro relata dois episódios. Em um deles, Mandetta comenta com Aleluia que o ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, estaria usando a primeira-dama Michelle Bolsonaro para se cacifar politicamente.

 

Aleluia, então, disse: “Osmar Terra acaba de assinar sua própria carta de demissão. Não se tira proveito político de uma primeira-dama sem incomodar o presidente.” Posteriormente, Terra acabou sendo demitido do cargo. 

 

Em outro episódio, o atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, havia sido flagrado por um jornalista da CNN tramando a saída de Mandetta do ministério. Ao comentar com Aleluia que chamaria o colega de Judas em uma coletiva, o então assessor político: “Se você chamar o Onyx de Judas, vai estar se autorrefenciando como Jesus Cristo. Muita arrogância sua. Menos, né? O problema não é ele ser Judas, mas você achar que é Jesus”.