Ministério da Saúde já soma 21 militares em postos de direção
Sob a gestão interina do general Eduardo Pazuello e em meio à crise pandêmica do coronavírus, o Ministério da Saúde tem cada vez mais de militares em postos-chave.
De acordo com levantamento feito pela Folha de S. Paulo, foram 21 militares nomeados em publicações do Diário Oficial da União.
A maioria é ligada ao Exército e veio de unidades ligadas a setores de pagamento e pessoal, finanças e logística. Sem experiência na área, boa parte foi colocada em cargos de direção e coordenação na Secretaria-Executiva.
O processo de militarização da Saúde começou ainda quando Nelson Teich era ministro, justamente com a entrada de Pazuello como número 2 da pasta. Desde que Pazuello assumiu, o número de nomeações tem aumentado. A questão foi citada por Luiz Henrique Mandetta, outro ex-ministro.
"Vi a entrada de um número grande de militares. Eles têm conhecimento de logística, de operações. Mas não trabalham com o SUS", disse, em entrevista à Folha.
Pazuelo chegou a afirmar que a atuação é temporária.
"Em princípio serão só 90 dias. São pessoas preparadas para lidar com esse tipo de crise, e precisamos desse tipo de preparo", disse, em reunião com secretários estaduais e municipais de Saúde na última quinta-feira (21). "É temporário e vou ter de substituí-los ao longo dos 90 dias. Vamos substituindo e colocando no momento de maior normalidade", completou.