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Procura-se um outsider nas eleições de Salvador em 2020

Por Fernando Duarte

Procura-se um outsider nas eleições de Salvador em 2020
Presidente da Ucrânia era comediante antes da eleição | Foto: Reprodução/ CNN

Para quem esperava o estabelecimento de um padrão com o surgimento de candidatos outsiders para as eleições no Brasil após 2018, o pleito em Salvador mostra que isso não deve acontecer. Até agora os pré-candidatos apresentados formalmente possuem experimentação nas urnas e estão longe de ser alguém de fora da cena política. O mais próximo de ser um outsider era o presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, que desistiu de participar como candidato em outubro.

 

Isso não impede que o governador Rui Costa, por exemplo, ainda busque um nome de fora do circuito. Pelo menos é esse o rumor que circula nos bastidores, diante da falta de participação dele na discussão interna do PT para a escolha de uma candidatura. Mesmo entre os apresentados pelos petistas, apenas a socióloga Vilma Reis ainda não atuou como uma agente política, apesar de ter disputado uma eleição micro pela ouvidoria da Defensoria Pública do Estado da Bahia. Por isso se sugere que Rui estaria investindo no nome da major Denice Santiago, comandante da Ronda Maria da Penha, como um plano B para a desistência de Bellintani.

 

Nos outros partidos, que já seguem um caminho mais ou menos desenhado, não há absolutamente nada de novo. Bruno Reis, Angelo Coronel, Sargento Isidório, Lídice da Mata, Silvio Humberto, Bacelar, Hilton Coelho e Niltinho: todos já tiveram algum tipo de experiência na disputa de voto. Então não haverá nenhuma fotinha nova na urna para o eleitor que quiser testar algo diferente do habitual. No máximo, alguém que sempre esteve no Legislativo e agora tenta migrar para o Executivo.

 

A não ser que algum desses incorpore o espírito de Jair Bolsonaro que, em 2018, fez uma excelente maquiagem para aparecer como um candidato de fora do circuito, nenhum deles deve se destacar com esse argumento. Partindo do pressuposto que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, a chance disso acontecer é bem pequena. A avaliação ainda ligeiramente instável do governo dele não sugere que valha a pena correr riscos. O esforço para “parir esse novo” será alto e não deve surtir efeito, visto que será fácil atrelar a imagem dos candidatos à experiência prévia que eles tiveram. Bolsonaro foi um falso outsider que deu certo. A repetição da fórmula não tende a ter a mesma resposta.

 

Depois que Bellintani frustrou a tentativa mais explícita de captar o conceito de outsider para a eleição soteropolitana – ainda que ele tenha tido passagens por cargos públicos –, as novas figurinhas da disputa serão velhos conhecidos dos eleitores. Para o bem da cidade, coelhos da cartola ou aventureiros parecem estar distantes de serem uma realidade por aqui. Como assistimos a exemplos como Wilson Witzel no Rio de Janeiro ou Ibaneis Rocha no Distrito Federal, para além de Bolsonaro, talvez não seja de todo ruim agradecer. Vamos orar?

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (27) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Valença FM e Alternativa FM de Nazaré.