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José Carlos Araújo é citado em delação frustrada de Eduardo Cunha

José Carlos Araújo é citado em delação frustrada de Eduardo Cunha
Foto: Reprodução / Agência Brasil

O ex-deputado federal e presidente do PL na Bahia José Carlos Araújo aparece entre os citados em uma fracassada tentativa do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) fechar um acordo de delação na Lava Jato.

 

O  ex-presidente da Câmara dos Deputados, que está preso há três anos, atribuiu irregularidades a cerca de 120 políticos e disse ter arrecadado R$ 270 milhões em um período de cinco anos para repartir com correligionários e aliados, sendo 70% via caixa dois.

 

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Cunha entregou sua proposta de delação a procuradores em meados de 2017, mas seus relatos foram considerados pelos investigadores superficiais demais, e não houve acordo.

 

Um dos documentos com a proposta foi compartilhado entre procuradores que discutiam a possibilidade de delação em um chat do aplicativo Telegram, em julho de 2017. O arquivo faz parte do material enviado por fonte anônima ao site The Intercept Brasil e analisado pelo site e pela Folha de S.Paulo.

 

Cunha cita José Carlos Araújo ao falar de seu período à frente da Câmara. Cunha narra em um capítulo supostas irregularidades e tentativas de extorsão (sem comprová-las) no seu processo no Conselho de Ética da Casa, iniciado em 2015 e que resultou em sua cassação. 

 

Afirma que o então chefe do colegiado José Carlos Araújo (PL-BA) cobrou pagamento para que ele escolhesse o relator. Segundo o ex-deputado, houve fraude no sorteio que definiria uma lista tríplice de onde seria escolhido, por Araújo, o relator. 

 

Cunha, na proposta de delação obtida pelo Intercept, afirmou: "A escolha era feita por sorteio, mas se colocou dentro da urna bolas mais pesadas nos nomes escolhidos pelo colaborador para serem os três sorteados, dos quais um seria o escolhido, método sempre usado por ele [Cunha] para vender relatoria".

 

As imagens da época, porém, mostram que o sorteio não foi feito por meio de bolas, mas sim por papeizinhos colocados em uma urna e anunciados publicamente.

 

Cunha era acusado de quebra de decoro por ter mentido em depoimento a uma CPI ao afirmar que não possuía contas no exterior.

 

O processo contra ele na Câmara se arrastou até setembro de 2016, quando o plenário da Casa votou pela cassação. Ele foi preso por ordem do então juiz Moro um mês depois de perder o mandato. Em abril daquele ano, comandou como presidente da Casa a sessão na qual a Câmara votou pelo impeachment da então presidente Dilma.

 

OUTRO LADO
Em contato com a reportagem, o ex-deputado José Carlos Araújo diz que foi vítima de aliados do ex-deputado que tentavam tirá-lo da direção do Conselho de Ética. "Ele tinha muito poder. Quem seria louco de tentar extorquir Eduardo Cunha?"

 

Políticos mencionados na proposta de delação afirmam que Eduardo Cunha tentou se vingar de seus desafetos ao mencioná-los na negociação.