Contas do setor público registram déficit de R$ 2,8 bilhões em julho, diz Banco Central
As contas do setor público consolidado, que englobam o governo federal – incluindo Banco Central e INSS – estados, municípios e empresas estatais, registraram um déficit primário de R$ 2,763 bilhões em julho, informou nesta sexta-feira (30) o Banco Central.
O resultado, segundo o BC, é o melhor resultado para meses de julho desde 2013. Em julho de 2013, o resultado do setor público consolidado registrou superávit de R$ 2,3 bilhões.
Isso significa que as receitas de impostos e contribuições do governo foram menores do que as despesas neste período. A conta não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública.
O resultado das contas públicas no mês passado representa melhora em relação ao mesmo período do ano passado - quando o saldo negativo foi R$ 3,4 bilhões.
O governo federal respondeu por um déficit primário de R$ 1,402 bilhão; os estados apresentaram um resultado negativo de R$ 1,919 bilhão; as empresas estatais registraram um superávit primário de R$ 558 milhões. No acumulado do ano até julho, o déficit primário foi de R$ 8,503 bilhões, menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 17,825 bilhões, segundo o G1.
Para este ano, o setor público está autorizado a registrar déficit (despesas maiores que receitas) de até R$ 132 bilhões. Esse valor também não inclui os gastos com juros da dívida.
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 30,263 bilhões nas contas do setor público consolidado de julho.
Em 12 meses, até julho deste ano, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 457,994 bilhões, o equivalente a 6,53% do PIB.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto dos juros básicos da economia (taxa Selic), fixados pelo Banco Central para conter a inflação. Atualmente, a Selic está em 6% ao ano, na mínima histórica.
As despesas com juros nominais somaram R$ 27,5 bilhões no mês passado e R$ 359,058 bilhões em 12 meses até junho de 2019 (5,12% do PIB).
A dívida bruta do setor público, uma das principais formas de comparação internacional (que não considera os ativos dos países, como as reservas cambiais), avançou em julho. Esse indicador é acompanhado mais atentamente pelas agências de classificação de risco.