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Em meio a mudanças, Alberto Pimentel fica como secretário e ACM Neto 'paga para ver'

Por Fernando Duarte

Em meio a mudanças, Alberto Pimentel fica como secretário e ACM Neto 'paga para ver'
Foto: Reprodução / Instagram

O prefeito de Salvador, ACM Neto, preferiu “pagar para ver” e não fez uma mudança no primeiro escalão cobrada por aliados: a saída de Alberto Pimentel da Secretaria Municipal de Trabalho, Esportes e Lazer (Semtel). Dificilmente o prefeito cederia à pressão, até pelo perfil turrão dele. No entanto, não seria estranho se Pimentel fosse colocado de lado ou migrasse para uma pasta menos expressiva. O marido da deputada federal Dayane Pimentel é uma bomba-relógio prestes a explodir a cada nova polêmica e mantê-lo no posto é um risco grande, mas que ACM Neto optou por correr.

 

Nunca se especulou a saída de Alberto da Semtel efetivamente. No entanto, após os embates mais recentes entre ele e a Câmara de Vereadores – em especial o presidente dela, Geraldo Jr. -, o Palácio Thomé de Souza ficou próximo de ter uma conversa mais séria para que o secretário se portasse como a função exige ou pedisse o chapéu. O aviso não foi público, porém deve ter chegado ao primeiro-marido do PSL na Bahia, pois, desde então, não houve mais acirramento dos ânimos entre Alberto e os vereadores.

 

A manutenção dele no primeiro escalão não é técnica. Em curto e médio prazo, também não chega a ser política. O PSL é inoperante na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados tem baixa expressividade pela Bahia. Todavia, para 2020, ter um aliado com trânsito junto ao presidente Jair Bolsonaro é uma estratégia relevante e, confirmada a tendência conservadora observada no ano passado, ter figuras como Alberto e Dayane Pimentel como inimigos não é muito inteligente.

 

Apontado como principal articulador para que o casal tivesse assento na prefeitura de Salvador, Bruno Reis sabe disso e, por isso, “bancou” junto com ACM Neto que a Semtel ficasse sob controle do neo-aliado. O vice-prefeito é cotado como provável nome para sucessão do prefeito e costura, desde o final das eleições do ano passado, para que seja confirmado no pleito. O tempo de rádio e televisão do PSL e a possibilidade de ter Bolsonaro como cabo eleitoral, portanto, não devem ser descartados.

 

Tal qual manter um secretário pavio curto no cargo, essa aposta eleitoral também não é baixa. Mesmo que a onda de 2018 se repita para a próxima eleição, não necessariamente vai ter a mesma intensidade. Eventuais conduções desastradas de matérias importantes, a exemplo da reforma da Previdência, ou de temas basilares, como educação e segurança, podem gerar, inclusive, uma repulsa às bandeiras defendidas por esse núcleo do PSL. Até porque, até outubro do próximo ano, muita coisa deve acontecer.

 

De qualquer sorte, Alberto Pimentel ganhou fôlego e a garantia de que não deve ter a cabeça entregue a prêmio ao bel prazer de aliados que estejam insatisfeitos com a política de aproximação do grupo de ACM Neto com o PSL. Assim, o prefeito fez mais do mesmo ao apenas girar algumas cadeiras no primeiro escalão. Nada fora do esperado, para a felicidade do titular da Semtel e da esposa.

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (10) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio Excelsior.