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Especialistas defendem redução do spread bancário para garantir retomada econômica

Especialistas defendem redução do spread bancário para garantir retomada econômica
Foto: Divulgação

Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban cobrou nesta sexta-feira (14) maior contribuição do setor financeiro para que aconteça um novo ciclo de desenvolvimento econômico no Brasil. Entre as maiores economias do mundo, o Brasil possui o maior spread bancário, com uma taxa anual de 38,4 – esta redução dos custos de crédito, na visão dele, seria fundamental nesta mudança.

“Quando temos o maior spread do mundo, como estimular a atividade econômica e o consumo? Todos – setor produtivo e consumidor – são afetados. Sabemos que o consumo de bens duráveis são alavancados pelo financiamento, então precisamos ter juros mais realistas”, disse Alban.

A temática foi discutida durante o seminário Spread Bancário no Brasil. Para o presidente do Fecomércio-BA, Carlos Andrade. As altas taxas de juros cobrados influenciam no desenvolvimento econômico do país.  “O spread elevado torna o exercício de criar uma empresa, seja no comércio ou na indústria uma experiência difícil. Não há como se desenvolver com esse spread abusivo”, comentou.

Num levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) constatou-se que, entre 2011 e 2016, o spread bancário registrou um aumento de 52%, fazendo com que a taxa brasileira correspondesse a 16,4 vezes o spread de países comparáveis com o Brasil.

Chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes a atividade produtiva é impactada pelo spread. “O consumidor final, ao comprar um produto a prazo, é obrigado a pagar taxas de juros muito elevadas. Isso faz com que a capacidade dele de zerar essa dívida e voltar a consumir seja muito reduzida”, explica.

“O grande problema do spread é que ele desvia recursos do setor produtivo, que emprega mais, para o setor financeiro. A gente vive hoje ainda uma crise de emprego no Brasil. Daí a importância de se tentar, pelo menos, diminuir o prejuízo provocado por spreads tão altos”, acrescenta.

Professor de Mercado de Capitais e analista do Banco Central, Godofredo Massarra, defende que o desafio é conscientizar a sociedade da temática. Para ele, caso a população tivesse educação financeira, não aceitaria taxas de juros tão elevadas. “Na medida em que as pessoas têm conhecimento de como funciona o sistema financeiro, elas podem barganhar nas instituições financeiras, juros menores”, defende.