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Salvador precisa rediscutir o papel de um porto de cargas em uma cidade turística

Por Fernando Duarte

Salvador precisa rediscutir o papel de um porto de cargas em uma cidade turística
Foto: Reprodução / EBC

O eventual fim do porto de cargas em Salvador não é mais uma ideia longínqua, como pareceu quando o ex-secretário de Desenvolvimento e Urbanismo, Guilherme Bellintani, apresentou o tema pela primeira vez, no início da segunda administração do prefeito ACM Neto. Na última semana, o assunto voltou à tona quando o vice-prefeito Bruno Reis falou sobre ele em um encontro com empresários, em um contexto dos investimentos viáveis na capital baiana. Mesmo que a ideia comece a ser amadurecida, a transformação da área portuária em uma zona turística precisa avançar.

 

Além de figuras ligadas à prefeitura de Salvador, até mesmo o governador Rui Costa sinalizou indiretamente sobre a necessidade de a cidade utilizar de uma maneira diferente aquele trecho. Tanto que o governo não descartou viabilizar o projeto de um novo centro de convenções onde atualmente fica o Hospital da Marinha, na região do Comércio. Ou seja, o aproveitamento para outra atividade econômica que não a exploração para cargas é um debate latente na comunidade política.

 

Salvador é uma cidade que preferiu se desenvolver deixando a Baía de Todos-os-Santos de lado. Não que a área banhada pela baía tenha ficado completamente esquecida. Apenas teve pouca atenção do poder público na questão do desenvolvimento humano, econômico e social. Aos poucos, todavia, a lógica parece se inverter e se iniciou um processo de “redescoberta” da beleza e das possibilidades de um trecho da cidade que nem todos conhecem. Isso vai desde a revitalização de regiões como a Ribeira, Tubarão e São Tomé de Paripe, até mesmo o investimento crescente para que o Comércio reviva.

 

O Palácio Thomé de Souza iniciou um processo de “habitação” daquela área da capital baiana. Vai mover algumas secretarias para transformar o trecho em uma espécie de centro administrativo soteropolitano e também incentivar o uso de casarões restaurados como moradia para servidores – ou mesmo para que alguns sejam transformados em sedes de empresas públicas e privadas. O Hubb Salvador, que atualmente funciona exatamente no porto, pode ser considerado um dos pontapés iniciais nessa iniciativa. E tem dado certo.

 

Mesmo que haja todo o esforço para revitalizar a região portuária de Salvador, é preciso discutir de maneira acelerada uma eventual transferência do serviço de carga para Aratu, como sugeriu o vice-prefeito. Afinal, a ponte Salvador-Itaparica é prometida para os próximos anos e a altura do equipamento pode ser decisiva para uma possível mudança. Se queremos o porto da capital baiana como um local aprazível para o turismo, contêineres não seriam tão interessantes. A não ser que a ponte sirva para reduzir o potencial turístico da Baía de Todos-os-Santos. Por isso, a hora de discutir é essa. Ou então pode ser tarde demais.

 

Este texto integra o comentário desta quinta-feira (13) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.