Ex-presidente da Embasa diz que melhora na empresa não ocorrerá por PPP
Por Lucas Arraz
Abelardo de Oliveira Filho, ex-presidente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), se mostrou contrário a proposta do governador Rui Costa de formação de uma Parceria Público Privada (PPP) para administrar o fornecimento de água e saneamento na Bahia (saiba mais aqui).
Durante discurso na audiência pública que discutiu o tema na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Oliveira Filho destacou a capacidade técnica da estatal. Segundo o ex-gestor, a Embasa conseguiu, independentemente de PPP, captar R$ 260 milhões de empréstimo com o banco alemão KFW Entwicklungsbank para implantar o aproveitamento do tratamento de esgoto para a produção de energia através do biogás (veja aqui).
“A Embasa mostrou que tem capacidade de administrar o saneamento da Bahia. Isso é importante e necessário. Ela precisa melhorar, sim, é verdade, mas essa melhora não acontecerá com empresas privadas”, disse Oliveira Filho, de acordo com o Diário Oficial do Legislativo.
Conforme revelado pelo Bahia Notícias, nos últimos três anos fiscais, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) assistiu o seu lucro líquido crescer quase cinco vezes. Cotada para se tornar uma Parceria Pública Privada (PPP) - considerada uma ameaça de privatização por representantes sindicais -, a companhia fechou o ano de 2018 com uma arrecadação líquida de R$ 335 milhões, melhor resultado da década (leia aqui).
Apesar do ganho de 485% em lucro líquido nos três anos, o atual presidente da Embasa, Rogério Costa Cedraz, defende que o faturamento corrente não consegue arcar com a demanda por investimentos em água e saneamento na Bahia. Por isso, o melhor caminho para a empresa, defendido pelo diretor, seria buscar mais recursos no setor privado.
"O governo da Bahia tem trabalhado para universalizar os serviços de saneamento e investido na capacidade do setor, mas está cada vez mais difícil realizar a tarefa sem recursos do governo federal e do Orçamento Geral da União”, falou Cedraz. A Embasa alega que reinveste quase a totalidade do seu lucro líquido em obras para o setor em que atua, mas mesmo assim não consegue atender as demandas.