Maiores publicitários do país falam das suas experiências e provocam público em Salvador

Uma conversa entre amigos em um grupo de mensagens deu luz a ideia de criar o projeto Seis Tenores, que reuniu nesta segunda-feira (17), em Salvador, grandes nomes do setor publicitário brasileiro para um bate-papo e troca de experiências com o público. Washington Olivetto, José Victor Oliva, Nizan Guanaes, Sergio Amado, Sergio Gordilho e Sergio Valente foram os protagonistas da noite e falaram para uma plateia cheia os desafios e perspectivas do futuro do mercado publicitário para iniciantes e profissionais da área.

 

Salvador foi a cidade escolhida como ponto de partida para o projeto, que vai passar por outras três capitais ainda não definidas, por ser a terra natal de quatro dos Seis Tenores. “Nós recebemos diversos chamados, mas Salvador é a nossa terra querida e amada e precisa ser referenciada por todos nós”, contou Sérgio Amado, que ressaltou ainda que o evento é uma oportunidade para as pessoas aprenderem com profissionais experientes as transformações que o mercado está passando.  “Temos que estar preparados para usar a tecnologia da melhor forma possível”, sugeriu Sérgio Amado.

 

Para Nizan Guanaes, a tecnologia é a grande aliada, mas também pode ser uma vilã. Segundo ele, o papel do publicitário é ser um estrategista, atividade que, diferente de outras do mercado, não pode ser substituída por inteligência artificial. “O mundo vai mudar completamente com a inteligência artificial, acho que metade dos empregos do mundo serão destruídos, acho também que ela vai criar outros, mas o papel dos estrategistas não vai ser substituído”, previu. Guanaes sugeriu ainda que os profissionais de sucesso nunca devem se dar por satisfeitos com o conhecimento que já possuem, devem sempre buscar aprender algo novo.

 

Um dos maiores nomes da publicidade no Brasil, Washington Olivetto afirmou que o encontro dos Seis Tenores representava diversão e afetividade. Diferente dos colegas Amado e Guanaes, Olivetto disse que o grande desafio dos profissionais da comunicação não mudou com o passar do tempo e nem deve mudar: “Continua o mesmo de sempre, que é gerar boas ideias”. Esse pensamento é compartilhado por José Victor Oliva, que destacou ainda, além das boas ideais e bom conteúdo, a importância da experiência. “Eu acho muito difícil hoje o conteúdo sem a experiência, é uma coisa meio louca você imaginar uma coisa sem experimentar”, defendeu Oliva.

Washington Olivetto lançou o livro “Direto de Washington”. | Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

 

Na ocasião, Olivetto também lançou o livro “Direto de Washington”, uma autobiografa em que, segundo ele, não tem como não falar da publicidade, da relação que tem com o setor e das situações profissionais vividas. “Tem quase que uma síntese das minhas experiências, porque eu comecei na publicidade com 18 anos, é muito tempo, então uma autobiografia minha tem muito disso”, antecipou.

 

Sergio Valente destacou a felicidade e diversão nos preparativos, expectativa e realização do evento. Na avaliação dele, todo o processo de produção valeu a pena e os Seis Tenores vão ficar gratos só de o público presente se divertir assim como eles. “Esse encontro está dando um presente pra todos nós, só a preparação dele nos divertiu muito, se a gente conseguir passar para o público um pouco do que foram esses dias, conviver com eles direto, eu acho que vai ser um momento bem bacana, bem gostoso”, disse Valente.

 

A grande dica de Sergio Gordilho para o público presente foi a abundância de persistência e ambição para aprender. Para ele, essas qualidades fazem os bons profissionais, principalmente no momento em que o mercado se encontra. “Tem que correr atrás sempre, esse é o grande ponto. A ambição da gente é estar sempre aprendendo,  porque a forma como as pessoas se comunicam hoje em dia é completamente diferente e está em constante mudança”, refletiu.

 

Idealizadora e organizadora do evento, Lícia Fábio, contou que a o grande objetivo do evento Seis Tenores é provocar o público e o mercado. “É uma forma de provocação para que a gente racionar além da conta”, afirmou. “Eles vão falar da vida deles, e nem tudo foram andorinhas, da pra ajudar muita gente, contando como foi a trajetória e olhando o patamar que eles chegaram”, esclareceu. 

Público lotou o espaço Rainha Leonor, na Pupileira. | Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias