Agência dos Correios da Pituba será fechada nesta 4ª; entidade denuncia falta de realocação
Por Ailma Teixeira
Alvo de embargos da Prefeitura de Salvador, a Agência da Pituba dos Correios, localizada na Av. Paulo VI, está prestes a fechar as portas. O encerramento das atividades será nesta quarta-feira (7) e, dentro de um mês, a licitação para a venda do imóvel deve ser publicada.
A Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap) procurou o Bahia Notícias para denunciar a forma como a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem conduzido o processo de alienação do imóvel. A entidade ressalta que há uma urgência injustificada para desativar a agência. "Nós não entendemos essa pressa, não pode ser o embargo da prefeitura porque é de 2015. Não pode ser o TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] do Ministério Público porque também foi de 2015 e nós estamos às portas de um novo governo. Alienar é uma possibilidade aplicável, mas fazer isso no apagar das luzes?", questiona Inaldo Silva, presidente da entidade na Bahia.
Inaldo Silva, presidente da Adcap na Bahia | Foto: Ailma Teixeira / Bahia Notícias
As intervenções da gestão municipal e da Justiça são referentes às falhas de estrutura e segurança do prédio, que, segundo Silva, há anos carece de reparos. Mas a associação não é contrária a alienação. Eles protestam contra a falta de realocação da agência, pois acreditam que a medida acaba por enfraquecer a própria empresa pública, já que as agências nas proximidades são franquias pequenas, com dois guichês, em média, e sem estrutura suficiente para atender a demanda da região — a unidade da Pituba conta com estrutura de grande porte, composta por 17 guichês, estacionamento e dois subsolos.
Com isso, uma das alternativas que Silva propôs foi que a ECT impusesse aos compradores do imóvel uma reforma no prédio do Comércio. “Se custasse, digamos, R$ 250 milhões, arremata por esse preço, só paga R$ 200 milhões e reforma o do Comércio com R$ 50 milhões. Ou constrói uma agência na Pituba pra distribuir num lugar menor, nas proximidades”, sugeriu. Mas, de acordo com ele, o dinheiro adquirido com a venda não será integrado ao caixa normal, gerando perda de patrimônio.
"O que a gente quer é defender os próprios Correios porque vai perder arrecadação. Quando acabar a agência, pessoas vão procurar a concorrência porque não é monopólio, o monopólio dos Correios é só carta, que ninguém manda mais", lamenta Silva.
O BN buscou contato com a assessoria de comunicação dos Correios para apurar as causas da venda, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.