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Remando contra a maré, Lídice se recusa a jogar toalha da reeleição

Por Fernando Duarte

Remando contra a maré, Lídice se recusa a jogar toalha da reeleição
Foto: Divulgação

A senadora Lídice da Mata (PSB) frustrou as expectativas de quem esperava o anúncio de candidatura a deputada federal ou a suplente do Senado na “plenária do mandato”, realizada nesta terça-feira (19) em Salvador. O tom da socialista não foi de alguém que jogou a toalha na tentativa de reeleição, apesar das articulações políticas sugerirem que Angelo Coronel (PSD) completa a chapa do governador Rui Costa (PT) como candidato ao Senado ao lado do ex-governador Jaques Wagner. Foi um suspiro de coragem, admitamos. Por mais que venha a ser confirmada a exclusão de Lídice da majoritária de Rui, remar contra a maré dos discursos de aliados mostra que a senadora não está completamente satisfeita com o arranjo político desenhado pelo governador. E, ao transferir a decisão sobre o futuro para o PSB nacional e estadual, a senadora compartilha a responsabilidade de uma eventual carreira fora do arco de alianças em torno do projeto de reeleição do petista. A jogada, por mais que fosse previsível, não era mais tão esperada assim. Como os rumores cresceram ao longo dos últimos dias de que a chapa de Rui estaria definida e caberia a Lídice escolher entre a suplência de Wagner ou uma candidatura a deputada federal, renovar publicamente a intenção de ser candidata à reeleição se torna mais um ponto fora da curva da socialista. Até mesmo os adversários reconhecem que ter sido prefeita de Salvador quando o governo da Bahia geria os recursos e era controlado por um “inimigo” político não é um legado desprezível, por exemplo. Amparada pelo apoio incondicional dado ao projeto político da esquerda durante as incursões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, a política baiana parece lutar, até o último momento, para seguir como uma das protagonistas da cena local, ainda que sem a estrutura partidária das maiores legendas. Rui até o momento não se pronunciou oficialmente sobre qual é o time que deve entrar em campo para disputar as eleições com ele em outubro. E os sucessivos adiamentos mostram que ainda não existe a pacificação completa da base aliada em torno dos nomes previamente selecionados pelo líder do grupo. Lídice, então, se aproveita dessa fragilidade para fincar dúvidas entre aqueles que discursam pela esquerda na Bahia. O êxito, no entanto, não dá para ser medido num curto espaço de tempo. Mesmo que ela esteja fora da disputa pelo Senado, como frisam muitos políticos baianos, a socialista prepara um discurso que dificilmente Rui gostaria de ouvir: o velho “eu avisei”.