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Queda de braço entre rodoviários e empresários tenta 'esconder' tensão com a prefeitura

Por Fernando Duarte

Queda de braço entre rodoviários e empresários tenta 'esconder' tensão com a prefeitura
Foto: Max Haack / Secom

Os empresários de ônibus de Salvador estão esticando a corda. E o exemplo mais claro de que querem a tensão foi a ausência de proposta na mesa de negociação com os rodoviários durante a campanha salarial de 2018. O objetivo, no entanto, não é unicamente atingir a categoria, mas também expor a relação desgastada do grupo com o prefeito ACM Neto. O sindicato patronal reclama que o contrato de concessão firmado com a prefeitura de Salvador é desvantajoso para o grupo, que domina o mercado soteropolitano de transporte coletivo há tempo suficiente para possuir tentáculos espalhados pelos mais diversos segmentos. Tanto que, em momentos críticos da campanha salarial dos rodoviários, alguns vereadores da capital baiana buscam “ofender” adversários políticos com a pecha “vereador do Setps”. E olha que o Setps em si deixou de existir após a formação da Integra, associação que sucedeu o sindicato dos empresários. A outorga onerosa exigida pela prefeitura para a concessão apertou os cintos dos donos de empresas de ônibus. O tema é tão polêmico que até mesmo o governador Rui Costa, adversário político de ACM Neto, chegou a criticar a outorga no caso da concessão do transporte público – não que ele fosse a favor dos empresários, mas era apenas uma forma de se contrapor ao gestor de Salvador. Diante do atual impasse, que culmina com a greve nesta quarta-feira (23), o prefeito subiu o tom. Sugeriu que o empresariado “quer a greve”. Sim. Estão querendo. Afinal, para os empresários não é necessário estar ao lado da população no mis-em-scéne político. A eventual conta negativa da paralisação geral por um tempo alongado pode até ter impacto nas relações dos rodoviários com os usuários, mas nada se compara ao desgaste que a prefeitura pode ter com os eleitores. Por saber mensurar tal situação, ACM Neto correu. O prefeito montou um esquema alternativo de transporte e tenta transferir a responsabilidade para os empresários. Com popularidade em alta, não é uma movimentação assim que pode criar celeuma para o gestor. No entanto, só o tempo irá dizer os reais impactos dessa tensão no pós-greve. Este texto integra o comentário desta quarta-feira (23) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.