Pizza não assada: Pedidos de CPIs na AL-BA são arquivados por não terem justificativa

Não era segredo para ninguém que o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD), preferia ter os dois pedidos de Comissão Parlamentar de Inquéritos, da Arena Fonte Nova e das obras da Barra, arquivados. Nesta terça-feira (10), o desejo foi confirmado com o apoio dos procuradores do Legislativo por falta de elementos que justificassem a abertura das comissões. Para a sorte de Coronel, o motivo político nem precisou ser utilizado como desculpa para evitar o desgaste de duas CPIs simultâneas na Assembleia. Enquanto a CPI da Barra foi arquivada por falta de competência do órgão estadual investigar ações da prefeitura de Salvador, a da Arena Fonte Nova foi por falta de provas contundentes: o disse-me-disse foi mais forte do que a materialidade da investigação. E, para além disso, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) seguiu com os holofotes sobre o contrato entre o governo e a Arena Fonte Nova e, convenhamos, o parquet é muito mais imparcial do que qualquer deputado sonha em ser. O circo político em torno de uma CPI na Assembleia foi adiado e, para a sorte da população, não será necessário ver políticos fazendo um teatro ainda mais constrangedor do que uma grande parte das sessões derrubadas por falta de quórum. Poupa tempo e esforço em um ano eleitoral que prometia ser tenso, mas vai caminhar para uma calmaria maior do que a esperada. Coronel, mais uma vez, mostrou-se um excelente jogador nesse processo. Com o arquivamento de ambas as CPIs, o presidente não cria desgaste com os grupos políticos que as pediram e também evita que os palanques da campanha eleitoral aconteçam nas dependências da AL-BA. Até mesmo o momento em que foram anunciados os arquivamentos foi relevante. Com a oposição atônita com o desmantelamento do projeto de ACM Neto candidato ao governo e a maioria dos deputados preocupados com a própria eleição, brigar por uma CPI natimorta é algo que nenhum dos atores políticos iria fazer. Diante desse cenário, é importante pensar pelo lado positivo: ao invés das CPIs terminarem em pizza, dessa vez as massas não foram nem ao forno para serem assadas. Este texto integra o comentário da RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para os rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.