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Pedir alto demais desvaloriza o ‘passe’ de partidos políticos durante pré-campanha

Por Fernando Duarte

Pedir alto demais desvaloriza o ‘passe’ de partidos políticos durante pré-campanha
Foto: Agência Câmara

O universo de 35 partidos regularizados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) provoca, como já sabemos, o tradicional balcão de negócios, seja nas casas legislativas ou durante a formação de coligações. Tanto que, no período em que estamos, de discussão sobre chapas e construção de alianças para as urnas, não são raros os episódios em que dirigentes partidários aparecem na imprensa para falar que as negociações com a legenda A estão avançadas, quando na verdade, ao final do processo, o apoio irá para a legenda B. É um processo de valorização do “passe”, envolvendo fundo partidário, capilaridade eleitoral e tempo de rádio e de TV. A expectativa criada é um leilão para identificar “quem dá mais” em troca de apoio político. Não deveria acontecer. Entretanto, o caso é mais comum do que se apresenta. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), reforçou isso na última sexta-feira (16), ao falar sobre as articulações para atrair siglas para apoiar a virtual candidatura dele ao governo – ou de algum aliado. Segundo ACM Neto, alguns partidos aproveitam especulações na imprensa para aumentar o peso político no processo decisório. O prefeito rechaçou que a fala tenha sido direcionada. Todavia, começam a circular rumores que ao menos uma sigla robusta que atualmente caminha com o governador Rui Costa (PT) pode deixar a base aliada após fazer exatamente o que Neto citou: tentou barganhar mais do que a própria estrutura partidária permitia. A estratégia seria pedir muito para que, com a demanda negada, fosse justificada a saída do grupo político. Como os espaços andam escassos no entorno da reeleição de Rui Costa, sabe-se que qualquer pedido grande demais é o mesmo que deixar a base aliada. Mesmo que tenha havido o recuo para não transparecer ser “exigente demais”. Dos dois lados existem pessoas mergulhadas na articulação política. Do lado de Rui, dar “adeus” é muito mais fácil do que os adversários pregam. Do lado de ACM Neto, receber partidos não tão bem quistos do lado oposto é uma vitória não tão saborosa, apesar do “passe” acabar desvalorizado. Como o prefeito de Salvador afirmou que vai anunciar nos próximos dias o futuro político dele, falta pouco para separar homens de meninos. Este texto integra o comentário desta segunda-feira (19) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior FM, Clube FM e Irecê Líder FM.