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Contra-ataque do governo com CPI da Barra deixa oposição preocupada na AL-BA

Por Bruno Luiz

Contra-ataque do governo com CPI da Barra deixa oposição preocupada na AL-BA
Futura decisão de Coronel provoca apreensão | Foto: Sandra Travassos/ AL-BA

A estratégia da oposição de pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as obras na Arena Fonte Nova pode representar um tiro pela culatra à bancada. De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, os parlamentares têm demonstrado apreensão com a reação do governo de protocolar um requerimento para também instaurar uma CPI, neste caso com o objetivo apurar irregularidades nas obras da prefeitura de Salvador na orla da Barra. Nesta segunda-feira (5), a reportagem presenciou uma conversa entre os deputados Adolfo Viana e Carlos Geilson, ambos do PSDB, em que eles demonstraram preocupação com a postura que pode ser adotada pelo presidente Ângelo Coronel (PSD) em relação aos pedidos. Vale lembrar que cabe a ele decidir se aceita, ou não, abrir as CPIs. O BN ouviu relatos de figuras que preferiram não se identificar e apontam que a bancada torce para Coronel não dar prosseguimento ao pedido governista. No entanto, o presidente deve utilizar a premissa para ambos os casos. Ou instaura as duas, ou arquiva as duas. O objetivo é evitar desgastes com os grupos. E é aí que mora o perigo para a oposição. Se Coronel optar por dar início às duas CPIs, o bloco oposicionista vai se deparar com as dificuldades de ser minoria. Para aprovar requerimentos, como o de convocações de pessoas para prestar esclarecimentos, é necessário ter maioria de votos, o que a bancada não tem. Se, por exemplo, os deputados de oposição quiserem convocar o ex-governador Jaques Wagner (PT) para falar sobre a Parceria-Público-Privada (PPP) responsável pela construção da Fonte Nova, contrato investigado na Operação Cartão Vermelho, podem ser frustrados caso os deputados governistas decidam votar contra. Por outro lado, no caso da CPI da Barra, é diferente. Se for desejo da base convocar o prefeito ACM Neto (DEM) para explicar suspeitas de irregularidades apontadas nas intervenções, a oposição não terá número suficiente para impedir. Uma medida como essa poderia gerar um desgaste desnecessário na imagem do democrata, enquanto Wagner ou outras figuras ligadas ao governo seriam poupadas da exposição. Com isso, a oposição está, neste momento, nas mãos de Coronel. E vão precisar cruzar os dedos para que o presidente decida em favor da bancada em detrimento dos colegas da base. “Em suma, a oposição vai querer que ele arquive as duas”, brincou um deputado ouvido pela reportagem. Procurado pelo Bahia Notícias, Coronel fez um certo mistério relação a como deve proceder. “Além da parte jurídica, irei consultar os oráculos para ver se irei deferir ou indeferir as duas CPIs”, disse, em tom bem humorado. “Torço que os atores principais, que serão acusados nas duas CPIs [Rui e Neto], não tenham ranhura porque política, ao meu ver, se ganha com novas ideias, novos projetos, novas ações. Uma CPI dessa pode ferir a imagem de dois grandes governantes. O povo baiano quer gestão. Não está se preocupando com denuncismo”, criticou.