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Em sua 11ª edição, Feira Baiana de Agricultura Familiar online deve alcançar dobro de público

Por Vitor Castro

Em sua 11ª edição, Feira Baiana de Agricultura Familiar online deve alcançar dobro de público
Foto: André Frutuôso 

Por conta da pandemia do novo coronavírus, os agricultores que anualmente participavam da Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária tiveram de se adaptar ao modelo online de vendas agora feitas através de um site.  No ano em que completa 11 edições, a feira que começou no dia cinco deste mês e vai até o próximo dia 13, reúne oito mil agricultores e cerca de 80 cooperativas que trazem produtos característicos dos 27 territórios de identidade do estado. 

 

Veterenos no evento, os 270 agricultores que compõem a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), encararam positivamente a nova forma de fazer negócio. Famosos pelos produtos à base de umbu, como geleias, doces e cervejas, este ano inovaram com a umbuzada sem açúcar. 

Foto: André Frutuôso 

 

O suco a base de umbu é comumente consumido nas regiões do nordeste da Bahia e, quando misturado com leite, adquire consistência cremosa com o azedinho característico da fruta. Para a presidente da Coopercuc, Denise Cardoso, a necessidade de se reinventar diante da pandemia é um diferencial que pode garantir um aumento nas vendas. “De certa forma não teremos o encontro, a relação próxima com os clientes que aproveitamos para encontrar na feira. Tem pessoas que vem de fora da Bahia para conhecer os produtos. No entanto, também estamos tendo essa experiência em vender online, isso é importante em meio a tantas mudanças e fortalece ainda mais a agricultara familiar”, disse. 

 

À frente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), responsável pelo evento, Wilson Dias, explica que o modelo virtual em função da pandemia foi desenvolvido para poder abarcar todas as atividades presentes no modelo presencial. “Criamos dois ambientes principais que chamamos de Trilhas e Rotas. Nas trilhas o internauta pode navegar pelos 27 territórios de identidade onde pode conhecer cada um deles, suas características ambientais e também as cooperativas de cada território. Se ele quiser, dali mesmo ele pode comprar esses produtos pela loja virtual”, explicou. Já na aba Rotas, o internauta conhece os sistemas produtivos da Bahia como, por exemplo, a rota do café produzido na Chapada Diamantina. 

 

O presidente aposta que o modelo online aumentará em até 100% o número de visitantes. Se no modelo presencial eram cerca de 20 mil consumidores que participavam do evento no Parque de Exposições, este ano a CAR espera pelo menos 40 mil acessos no site. “Não vai ter o calor humano e abraço, mas acreditamos que as vendas vão dobrar por que o sistema delivery veio para ficar. As pessoas que compram estão recebendo os produtos na sua casa em até 24 horas”, disse, empolgado com a versão online da feira. “Queremos valorizar essas turma [de agricultores] e fazer seus produtos chegarem aos mercados. Para se ter uma ideia, em cada produto que chega a mesa do consumidor na sua mesa, em média 15% fica na mão do agricultor e 85% fica nas vias de intermediação. Feiras como essas são para inverter essa lógica e fazer com que o agricultor ganhe mais”, concluiu Dias.

 

NOVOS RUMOS

O diretor da Cooperativa da Cajucultura Familiar do Nordeste da Bahia (Cooperacaju), Ícaro Rennê, concorda com o presidente da CAR. Para ele, as vendas online vieram para ficar. “Esperamos alcançar um público muito maior onde aquele pessoa que não pode ou não quer sair de casa vai poder comprar direto do site. Além disso, pessoas de outras regiões do Brasil podem comprar e receber pelo Correio”, defendeu.

Foto: André Frutuôso

 

A cooperativa com sede em Ribeira do Pombal, no Semiárido, vende castanhas de caju e seus subprodutos produzidos por 750 agricultores de 21 cidades. Este ano a inovação ficou por conta da pasta de castanha.

 

Rennê conta que a cooperativa espera alcançar ao menos seis mil reais em vendas este ano. Quatro mil a menos do que em versões anteriores da feira, mas ainda sim, um bom resultado em tempos de crise. “Compreendemos a pandemia e a crise econômica. Essa queda é aceitável. A feira não vem apenas para a venda em si, mas também para mostrar a produção e as riquezas que temos em nosso estado. Não é apenas um produto, há um contexto social. Damos vida e voz a classe da agricultura familiar”, finalizou convidando os consumidores a conhecerem a feira em sua nova versão.