Itamaraju pede diálogo com governo e sugere escola para hospital de campanha
Por Lucas Arraz
A equipe da prefeitura de Itamaraju tenta marcar uma nova reunião com o governo do estado após o prefeito do município, Marcelo Angênica (PSDB), e o Secretário Estadual de Saúde, Fábio Villas-Boas, discutirem publicamente sobre a instalação de 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento de pacientes da Covid-19 no único hospital da cidade (veja aqui e aqui).
A prefeitura alega que não concordou com o fechamento total do Hospital Geral, que seria transformado em uma unidade dedicada ao tratamento de casos de coronavírus. O estado, por sua vez, diz que a prefeitura recuou da decisão de ceder o local após repercussão negativa do anúncio. Os técnicos do governo que foram avaliar o hospital, foram recebidos com protestos da população de Itamaraju, que temiam concentrar os pacientes da Covid na cidade.
Em Salvador para tentar articular novas conversas com o governo, o secretário de Administração de Itamaraju, Léo Óss, disse nesta terça-feira (14) que a cidade está disposta a ajudar e dialogar com o governo, mas que o prefeito está decidido em não dedicar o hospital completamente para tratar pacientes com a Covid-19.
“O Hospital Geral é o único ponto de atendimento médico da cidade. Atendemos 6 mil pessoas de Itamaraju e região por mês nos centros de pediatria, maternidade, pronto-socorro e obstetrícia. Temos uma ala preparada para atender casos de coronavírus com quatro leitos com respiradores, mas não abrimos mão de ter o nosso hospital na cidade. Para onde iriam as pessoas baleadas, doentes ou grávidas?”, disse.
O secretário sugeriu que o governo do estado utilize uma escola construída a 10km da cidade, no Assentamento Jacy Rocha, para construir um hospital de campanha. "O que faltou nessa história foi diálogo. Nesse momento precisamos deixar as diferenças políticas de lado e cuidar do povo", completou o secretário.