Diminuição de habitantes na Bahia só pode ser confirmada com censo, diz professor

A perda de população na quase totalidade da Bahia pode não ser real. A estimativa foi anunciada pelo IBGE na quarta-feira (29) (ver aqui) e apenas Luís Eduardo Magalhães, no extremo oeste, teve crescimento (ver aqui). Conforme o instituto, o estado perdeu 531,8 mil habitantes. Em 2017 eram 15,3 milhões. Agora, 14,8 milhões. Salvador também diminuiu em 96,6 mil. Mas tudo isso podem ser números e só. Segundo o professor doutor da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) Dante Giudice, apenas com o censo populacional se pode chegar a dados concretos.

“Essas projeções são feitas com bases em muitas expetativas que nem sempre se concretizam como migração, natalidade, mudança de endereço. Na verdade, você só pode levar a contagem em consideração com o censo, porque a pessoa vai lá no domicílio e conta. É um dado concreto. O resto é projeção”, disse em entrevista ao Bahia Notícias. O próximo censo populacional acontece em 2020. Em relação a Salvador, o docente acredita que prováveis benefícios podem ter influenciado em uma possível debandada. “Muita gente pode ter mudado para outras cidades do Litoral Norte, por exemplo. Pessoas que querem mais qualidade de vida, segurança. Agora, não vejo esse êxodo significativa como se aponta para justificar essa diminuição”, acrescenta.

Sobre o fato de a capital baiana aparecer pela segunda vez como menos populosa que Brasília, o professor afirma que o formato da pesquisa trata a capital federal de outra maneira. “Eles consideram o município de Brasília como o Distrito Federal todo. E em uma área de mais de 5 mil quilômetros quadrados, como é Brasília, vai caber muito mais população que em Salvador que tem quase 700 km². E Brasília é o Plano Piloto e várias cidades satélites, como Taguatinga, que praticamente é outro município, Ceilândia, Brazilândia, Gama”, disse.