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Conde: Prefeitura cobra taxa de R$ 500 para ônibus de turismo acessar praias

Por Luana Ribeiro

Conde: Prefeitura cobra taxa de R$ 500 para ônibus de turismo acessar praias
Barra do Itariri é uma das praias da região | Foto: Imovelweb

A prefeitura de Conde, no litoral norte da Bahia, instituiu a cobrança de uma taxa de R$ 500 para que ônibus possam deixar turistas nas praias de Sítio do Conde e Barra do Itariri, situadas no município. “O decreto nosso é exatamente igual ao que existe em outras praias, Imbassahy, Guarajuba... Nós estamos limitando o acesso por conta da estrutura não suportar o número exagerado de veículos e como proteção do ecossistema”, afirmou o prefeito Antônio Eduardo Lins (PMDB), conhecido como Dudu Vieira, em entrevista ao Bahia Notícias. Segundo o gestor, o valor é cobrado para ônibus com capacidade maior que 55 lugares na entrada da cidade – uma equipe da prefeitura é responsável pela cobrança. “Em certas situações a gente dá um desconto, a taxa original padrão do decreto cai para menos de R$ 10. Não está havendo subtração do direito de ir e vir, como algumas pessoas colocaram em sites”, disse. O desconto é oferecido fora da alta temporada – no verão, ou em datas específicas, como Réveillon, a cobrança é feita normalmente. De acordo com o prefeito, os ônibus de turismo podem se cadastrar no site da prefeitura e pagar a taxa previamente, recebendo uma credencial – os que estejam se dirigindo a hotéis e pousadas são isentos do pagamento. “É importante salientar que há uma linha comercial normal indo para lá”, destaca Eduardo. Além de congestionamentos, falta de vagas para estacionar e confusão no momento do desembarque de excursões, o prefeito cita, para exemplificar os motivos da instituição da taxa, erosão de estradas por causa das marés, o que colocaria em risco o transporte de passageiros com veículos pesados para as praias da região. “Em Siribinha, indo para Poças, a estrada praticamente já sumiu, uma estrada que funcionava em janeiro do ano passado”, explica. Para solucionar o problema, a administração pretende implantar dois estacionamentos para os ônibus de turismo, a partir dos quais vans credenciadas pela prefeitura farão o translado até as praias.

 

No caso de Sítio do Conde, os ônibus podem deixar os visitantes nas praias e retornar até o estacionamento. Já Barra do Itariri, de acesso mais difícil, as vans fariam a integração. O primeiro estacionamento, com capacidade para 50 e 60 ônibus, tem previsão de ser implantado até o Carnaval. “[O credenciamento será feito] Creio que através da licitação. Estamos organizando isso aí, não sei qual a modalidade, mas serão proprietários locais que farão esse transporte”, explica. A decisão da prefeitura causou polêmica entre operadores de turismo e visitantes do local. “A prefeitura e a Secretaria de Turismo, para entrar um passeio para Barra de Itariri, Siribinha, estão cobrando aos ônibus R$ 1 mil. Que absurdo. Não informa o porque esse valor indevido que nós não sabemos o porque estão cobrando esse valor”, afirma o operador de turismo Antônio Raimundo Santos, 34 anos, que realiza passeios às praias da região há 9 anos. “É a primeira vez que está ocorrendo isso”. Com excursões para outros destinos, como Cabuçu, em Saubara, no Recôncavo Baiano, e em Praia do Forte, no município de Mata de São João, no litoral norte, Antônio relata pagar em média R$ 50 para utilizar os estacionamentos existentes para os ônibus de turismo. “Eu faço excursões, faço passeios. Meus pais moram lá, são de lá, e me informaram que estava ocorrendo essa situação. Minha mãe esteve na Secretaria de Turismo e queriam que ela fizesse um cadastro para pagar R$ 500 por microonibus e ônibus grande R$ 1 mil”, relata. Segundo Antônio, a cobrança começou a acontecer em janeiro – no último passeio que fez, no final do ano passado, não teve que pagar as taxas. Sobre o estado das estradas, citado pelo prefeito, o operador confirmou que as vias têm condições precárias. “Aquela área ali, Siribinha, Poças, Barra do Itariri nunca foi pavimentada, é de barro, areia, nunca existiu pavimentação. Sempre foi uma área isolada. É um local de turismo, mas até então o prefeito não se preocupa. É assim desde quando me conheço por gente, sou filho do Conde, tenho 34 anos, pai e mãe são nascidos no Conde e nunca teve melhorias naquelas estradas”, afirma.