Primeira Mulher Maravilha conta em entrevista que também foi vítima de assédio

Em uma entrevista ao The Daily Beast, Lynda Carter, primeira atriz a interpretar a Mulher Maravilha, revelou que também sofreu assédio sexual. A atriz contou que um cinegrafista fez buracos na parede do seu camarim para observá-la enquanto ela trocava de roupa. “Ele foi pego em flagrante, demitido e expulso da indústria”, contou. Ela também mencionou um episódio no qual o abusador em questão teria violado muitas pessoas, no entanto, não foi punido pela justiça devidamente. “Não adiantaria nada acusá-lo de novo. Não há mais nada a acrescentar ao caso”, comentou a atriz. “Sou apenas mais um rosto na multidão”, completou.

 

De acordo com o site da revista Cosmopolitan, a intenção da atriz não é chamar a atenção para um acontecimento que ocorreu com ela, e sim dar visibilidade a movimentos contrários a esses assédios e abusos, como o #MeToo, que está trazendo à tona muitas histórias como a de Lynda. “Perguntei ao meu marido se estava surpreso com os relatos e ele me falou que sim. Uma mulher jamais se surpreenderia, pois é algo que acontece há muitos anos. Não é novidade para nenhuma de nós”, disse ela.

 

Antigamente, como a questão não estava em evidência, não havia como se proteger de forma efetiva desse tipo de questão. “Você ouvia das pessoas: ‘Fique longe de tal sujeito’, ‘Fique de olho naquele diretor de casting’, ‘Cuidado com fulano de tal’. Avisar e ser avisada por amigas era nossa maneira de tentar evitar esse tipo de situação”, lembrou a atriz. “Fazíamos parte do movimento feminista. Não íamos tolerar ser destratadas por alguém, nos sentíamos fortes dentro desse movimento. Contudo, não havia muitos papéis para nós”, comentou.

 

Na entrevista, Lynda aproveitou para demonstrar apoio às mulheres que denunciaram Bill Cosby e Donald Trump. Ela também ressaltou a importância de darmos mais credibilidade às vítimas de qualquer tipo de assédio. “Por que elas mentiriam? Eu acredito nas mulheres”, concluiu.