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Torcedoras comemoram vagas em eleições no Bahia: ‘A mulher conquistou esse espaço’

Por Clara Gibson / Ulisses Gama

Torcedoras comemoram vagas em eleições no Bahia: ‘A mulher conquistou esse espaço’
Foto: Divulgação / EC Bahia

Em reunião ocorrida nesse sábado (28), os sócios do Esporte Clube Bahia aprovaram, por maioria, um novo estatuto para o clube (veja aqui). Entre as mudanças previstas no novo regimento está a decisão inédita que prevê a obrigatoriedade da participação feminina nas chapas que concorrem ao Conselho Deliberativo. Com a nova regra, na próxima eleição, cada grupo que inscrever chapa para concorrer à vagas no Conselho Deliberativo deverá ter pelo menos 20% da sua formação composta por mulheres.

Isabela e Carolina, conselheiras do clube | Foto: Ulisses Gama / Bahia Notícias

A proposta foi apresentada em junho deste ano por duas conselheiras, Andrea Cerqueira e Rebeca Assunção. Hoje, dos 100 conselheiros presentes no clube, apenas nove são mulheres. A sócia do time, Isabela Gama Sampaio, que acredita que as mulheres estão não só se interessando mais por futebol, mas também entrando mais na política do clube. "É bacana que a gente veja que o Bahia está de alguma forma institucionalizando essa participação feminina de forma mais ampla e decisiva, porque isso é uma realidade", comenta ela. Carolina Gama Sampaio, uma das nove conselheiras, define o clube como pioneiro e também aprova a nova decisão. "A mulher está conquistando um espaço que nunca tinha conquistado antes, não só no futebol, e é fundamental em toda a sociedade a afirmação da mulher. Não poderia ser diferente no Bahia", conclui a torcedora. Membro do Conselho desde a primeira eleição direta no clube, Célia Serva acredita que este é apenas o primeiro passo do time rumo a um grupo mais diverso. "Eu acho que a gente ainda tem pouca participação porque isso tudo ainda é muito novo. A democracia no Bahia é nova e a participação das mulheres também é nova. Mas a tendência é crescer essa participação e eu me sinto muito honrada de ter começado tudo isso desde a primeira eleição", avaliou Célia.

Célia foi eleita para o conselho por duas vezes | Foto: Ulisses Gama / Bahia Notícias

Para Marcelo Santana, presidente do Bahia, a medida é uma sinalização do desejo de trazer mais mulheres para participar das decisões do clube. A ideia segue o mesmo rumo da Fifa, que no ano passado aprovou um conjunto de reformas em congresso extraordinário na cidade de Zurique, na Suíça, decidindo promover um maior reconhecimento e promoção das mulheres no futebol. Apesar da decisão, a participação das mulheres nesse meio ainda é muito pequena no mundo, e ainda menor nos clubes brasileiros. 

 

As torcedoras do Bahia esperam que o clube sirva de exemplo para o Brasil. "Ainda é um meio muito complicado para a gente, mas com essa obrigatoriedade a gente pode ter voz, porque os grupos são predominantemente masculinos", diz Maria Eduarda Amaral, sócia do tricolor. "É um universo muito machista e 20% ainda é pouco para a gente, mas também incentiva as mulheres que já são sócias a concorrerem, sabendo que vão poder participar ativamente, ter voz, opinião", completa ela, que espera, para a próxima eleição, uma participação feminina que não se limite somente a 20%.