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Perfil no Instagram denuncia casos de assédio moral e sexual em escritórios de advocacia

Por Cláudia Cardozo

Perfil no Instagram denuncia casos de assédio moral e sexual em escritórios de advocacia
Foto: Divulgação

Diversos casos de assédio moral e sexual no ambiente da advocacia estão sendo expostos em uma conta no Instagram. A conta foi criada após um estagiário do escritório Mattos Filho tentar suicídio no ambiente de trabalho, na última quinta-feira (11), por esgotamento mental. O caso aconteceu antes de encerrar o expediente, quando o jovem se jogou do 7º andar da sede do escritório em São Paulo.

 

O estagiário sobreviveu e o quadro de saúde é estável. Ele teria recebido uma bronca de uma das sócias do escritório após perder um prazo. Segundo áudios obtidos pelo site Jurinews, os sócios do escritório minimizaram a situação para os advogados e estagiários do quadro de funcionários. O escritório emprega mais de 1,7 mil pessoas, em seis unidades do país, movimentando uma receita de  aproximadamente R$ 1,2 bilhão. O salário médio de um estagiário do Mattos Filho é de quase R$ 3 mil.

 

Em nota de esclarecimento divulgada nas redes sociais, o escritório lamentou o caso e disse que o jovem foi socorrido e encaminhado para um hospital da região. “Desde o primeiro momento, o Mattos Filho vem oferecendo toda assistência e acolhimento ao jovem, a seus familiares e colegas de trabalho, zelando, especialmente, pela privacidade e respeito aos envolvidos. Neste momento delicado, essas são as prioridades do escritório”, disse no comunicado.

 

A página  no Instagram "Escritórios Expostos” diz que foi criada para “boicotar anonimamente escritórios de advocacia que abusam dos seus estagiários e advogados”.  “Todo mundo que estagia em direito tem alguma estória pra contar sobre um espaço hostil e inseguro de trabalho ou formas variadas de assédio. Esta página tem o propósito de servir como um espaço seguro para o compartilhamento de experiências e fatos sobre escritórios perversos. Não nos calaremos”, diz a primeira publicação da página, criada no último sábado (13), e já conta com mais de 30 denúncias. Em alguns casos, foram denunciados até assédio sexual de sócios a estagiárias.

 

Os relatos envolvem as maiores bancas de advocacia do país, que ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as acusações. Dentre as bancas, estão escritórios como o próprio Mattos Filho, Tozzini Freire, Lobo de Rizzo, Bichara Advogados, Tauil & Chequer Mayer Brown, Nelson Wilians, Machado Meyer, por exemplo. Também há relatos de assédio moral em órgãos públicos, como a Defensoria Pública e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica e em prefeituras. Até o momento, não houve nenhum pronunciamento oficial das contas denunciadas por assédio e nem manifestação pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

 

É válido lembrar que páginas nas redes sociais criadas com o intuito de expor situações adversas podem ser penalizadas, caso o proprietário seja descoberto, por exceder a liberdade de expressão. A criação de páginas para exposição foi tema de uma matéria do Bahia Notícias em julho de 2021. Na reportagem, especialistas apontam que os autores podem ser condenados a pagar indenização para quem se sentir difamado ou caluniado (veja aqui).