Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Justiça
Você está em:
/
/
Geral

Notícia

Após ataques, Barroso chama Bolsonaro de farsante e o associa a governantes autoritários

Por Matheus Caldas

Após ataques, Barroso chama Bolsonaro de farsante e o associa a governantes autoritários
Foto: Reprodução / Revista Fórum

Após ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso, que preside a Corte eleitoral, se pronunciou nesta quinta-feira (9) contra as críticas externadas pelo chefe de Estado, especialmente as feitas na última terça-feira (7), em manifestação na Av. Paulista, pelo 7 de Setembro.

 

Barroso citou ditaduras e governos autoritários ao longo da história e sentenciou: “é neste clube que não queremos entrar”. “Quando o fracasso bate à porta, porque esse é o destino do populismo, é preciso encontrar culpados, bodes expiatórios. O populismo vive de arrumar inimigos para justificar seu fiasco. Pode ser o comunismo, a imprensa e os tribunais”, declarou, sem se dirigir ao presidente da República.

 

O chefe do TSE, após o discurso inicial, se voltou nominalmente a Bolsonaro e respondeu, ponto a ponto, acusações feitas pelo presidente. Nesta etapa do discurso, Barroso chegou a classificar o chefe de Estado como “farsante”. “É tudo retórica vazia contra pessoas que trabalham sério e com amor ao Brasil, como somos todos nós aqui. Retórica vazia. Política de palanque. Hoje em dia, salvo os fanáticos, que são cegos pelo radicalismo, e os mercenários, que são cegos pela monetização da mentira, todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nesta história”, disse.

 

Ele criticou a incessante tentativa de Bolsonaro de descredibilizar as instituições e, em especial, a urna eletrônica. “Contagem pública manual de votos é como abandonar o computador e regredir não à maquina de escrever, mas a caneta tinteiro. Seria o retorno ao tempo da fraude e da manipulação. Se tentam invadir o Congresso e o Supremo, imaginem-se o que não fariam com as sessões eleitorais”, avisou. 

 

Para o ministro, as dúvidas acerca do processo eleitoral advêm de informações falsas sistematicamente compartilhadas por Bolsonaro e seus apoiadores. “Assim que pararem de circular as mentiras, as dúvidas dissiparão”, afirmou.

 

Barroso ainda sugeriu que os ataques de Bolsonaro servem, também, para encobrir o que considera o “fracasso” do governo. “Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico social e moral que estamos vivendo. A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. O que nos une na diferença é o respeito a Constituição, aos valores comuns que compartilhamos e que estão nela inscritos. A democracia só não tem lugar para quem pretenda destruí-la”, criticou. 

 

“Quando este debate é contaminado por discursos de ódio, campanhas de desinformação e teorias conspiratórias infundadas, a democracia é aviltada”, acrescentou

 

Barroso é um dos grandes alvos de Bolsonaro dentro do STF. O outro é Alexandre de Moraes, a quem o presidente da República frequentemente faz ameaças (leia mais aqui).  

 

Bolsonaro, inclusive, chegou a chamar Barroso de “filho da puta”, numa fala que foi flagrada e transmitida nas redes sociais do próprio presidente do Brasil (leia mais aqui).