MP-SP investiga Testemunhas de Jeová acusados de acobertar abusos sexuais
O Ministério Público de São Paulo investiga um grupo de Testemunhas de Jeová. Eles são suspeitos de acobertar diversos casos de abuso sexual e psicológico em suas congregações, inclusive em crianças e adolescentes.
O inquérito, iniciado em setembro de 2019, traz relatos de seis vítimas que afirmam terem sofrido abusos por líderes do grupo religioso. Uma das vítimas tinha apenas 12 anos quando o crime aconteceu. Na época, ela era candidata ao batismo quando foi entrevistada por um ancião, nome dado aos membros mais experientes das congregações, segundo a revista Fórum.
Segundo o relato feito à Promotora, a jovem afirmou que o ancião "começou falando sobre sexo" e depois apalpou seus seios: "Ele me disse, não precisa ficar com medo de mim, sou como um pai para você. Na sequência, abriu a calça e tirou o pênis".
Meses depois, a jovem e sua mãe resolveram contar o caso a outros dois anciões. "Eles ficaram transtornados, mas acabaram por pedir que não falássemos nada para ninguém. Disseram que deveríamos deixar nas mãos de Jeová, que ele resolve tudo”, contou.
A Promotora responsável pelo caso disse que a associação, sempre que sabia de algum caso de abuso, afirmava que só poderia tomar providência caso houvesse confissão do autor ou se houvesse testemunhas presenciais do crime.
A entidade pediu a suspensão do inquérito, mas o MP decidiu manter as investigações.