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CNMP suspende promotor por dizer que desembargadora tem cara de faxineira

CNMP suspende promotor por dizer que desembargadora tem cara de faxineira
Promotor Zagallo e desembargadora Encarnação das Graças | Fotos: Divulgação

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu nesta terça-feira (23) suspender por 30 dias o promotor de Justiça Rogério Leão Zagallo, que atua na 5ª Vara do Júri de São Paulo. O promotor, em uma rede social, publicou a seguinte mensagem contra a desembargadora Encarnação das Graças Salgado, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM): "Pela carinha, quando for demitida poderá fazer faxina em casa. Pago R$ 50,00 a diária".

 

Em sua defesa, o promotor afirmou que sua declaração foi interpretada pela mídia de maneira "preconceituosa e ofensiva", diferente “de sua real intenção". O promotor disse que foi "infeliz e irônico" no comentário, mas "jamais preconceituoso". O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) já havia suspendido Zagallo por 15 dias, mas recorreu a Corregedoria Nacional do MP. Segundo o relator do caso, conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, a publicação exigia punição maior e aumentou o período de suspensão.
 

"O comentário bem evidencia uma reminiscência de nosso passado escravagista, carregando um preconceito arraigado, e muitas vezes nem tão evidente, a respeito do trabalho manual e, especialmente, em relação ao trabalho doméstico, simbolizando o trabalho de faxineira como inferior ou merecedor de menor consideração", afirmou Bandeira no voto. "O menosprezo específico ao trabalho doméstico decorre, como pontuam diversos autores, do fato de que esse serviço, historicamente, era executado por escravos e servos, em sua maioria mulheres. Trata-se, portanto, de um menosprezo que reflete um preconceito que é, no fundo, parte racial e parte de gênero", acrescentou.