Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Justiça
Você está em:
/
/
Justiça

Notícia

Desembargador do TJ revela que sofreu atos de racismo durante a faculdade por professores

Por Cláudia Cardozo

Desembargador do TJ revela que sofreu atos de racismo durante a faculdade por professores
Foto: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias

O racismo está presente em pequenos atos do dia a dia, e muitas vezes, passa quase despercebido, mas só para quem observa por fora. As vítimas levam aquilo consigo. O desembargador Ivanilton Santos da Silva, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), sentiu na pele quando era estudante de direito. “Eu mesmo, durante a faculdade, sofri racismo por parte de professores. Não mencionarei nomes, pois já faleceram, e não teriam como rebater o que eu disse. Infelizmente, o racismo se expressa sub-reptício. Muitas vezes, a gente não alcança o resultado de uma atitude, de um propósito e fica sem saber o motivo. Quando procuramos, investigamos para saber as razões e só encontramos uma resposta: o racismo”, declarou.

 

Outra situação que expressa o racismo, para ele, é quando uma pessoa é preterida diante da possibilidade de promoção, e “outra com menos mérito, consegue ir adiante”. Como representante do TJ, ele se diz um “soldado” no combate ao racismo. Um exemplo do racismo institucional é quando um policial militar escolhe, primeiro, revistar um negro em um ônibus, do que os demais. O procurador-geral do Estado, Paulo Moreno, afirma que a Polícia, atualmente, “já tem uma visão mais próxima da comunidade negra”. “A Polícia é composta por negros, então, eu não vejo sentido na existência do racismo institucional. O que pode ocorrer são excessos que precisam ser punidos”, declarou.

 

A Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) realizará uma série de eventos neste mês de novembro, diante das comemorações do Dia da Consciência Negra - 20 de Novembro. O tema deste ano será “Democracia e Liberdade”. Para a secretária Fabya Reis, o Brasil ainda não tem uma “sociedade democrática do ponto de vista étnico-racial”. “Nós chegamos a ter um Ministério e hoje já não temos mais. Por isso, precisamos trabalhar com os princípios da equidade”, afirma, diante de alguns receios de retrocesso nas políticas públicas para população negra. Ela defende a manutenção e fortalecimento da política de cotas raciais nas universidades e concursos públicos e, sobretudo, conhecimento das leis e das políticas de proteção e incentivo. Fabya considera como omissão órgãos que não tenham políticas para combater o racismo institucional.  As denúncias de racismo podem ser feitas no Ministério Público da Bahia (MP-BA), no Centro de Referência Nelson Mandela, ou na sede da Sepromi, na Avenida Manoel Dias da Silva, no prédio do Teatro Jorge Amado.