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Entrevista

'O judiciário será melhor compreendido quando for mais conhecido', diz presidente da AMB

Por Cláudia Cardozo

'O judiciário será melhor compreendido quando for mais conhecido', diz presidente da AMB
Foto: Bahia Notícias

A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), juíza Renata Gil, participou da Live do BN no Instagram nesta terça-feira (7). A juíza, que é a primeira mulher a presidir a entidade que representa mais de 14 mil juízes no país, afirmou que o “O judiciário será melhor compreendido com quando for bem conhecido”. Para ela, ainda há uma incompreensão do real papel do magistrado na sociedade. 

 

A juíza lembra que a Lei Orgânica da Magistratura (Loman) sempre impôs aos juízes que não se pronunciassem sobre os casos concretos julgados por eles, mas reflete que, a interação das redes sociais, a velocidade da informação, tem imposto uma nova forma de se relacionar com a sociedade. “Nós vemos agora julgamentos ao vivo, julgamentos sendo comentado em mesas jornalísticas, e isso impôs uma nova forma de nos comunicarmos com a sociedade”.  

 

Renata Gil pontua que o Judiciário brasileiro é o que mais julga ações no mundo. “Toda a vida do brasileiro está judicializada”, sentencia. Renata Gil frisa que o Judiciário é sempre chamado para dar a palavra final sobre uma questão e que isso não pode ser considerado ativismo, pois a Constituição Federal estabelece que tudo que for levado a julgamento deve ser decidido pelo magistrado. E ainda acrescenta que, nem mesmo a pandemia parou o trabalho dos magistrados. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), desde março, já foram proferidas mais de 7,7 milhões de sentenças e acórdãos no Brasil, com mais de 322 milhões de movimentações em processos judiciais, com destinação de R$ 390 milhões para combater o coronavírus. 

 

A juíza ainda explicou a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, idealizada pela AMB, com ampla adesão nos tribunais de Justiça do país, inclusive, o da Bahia. A campanha foi criada diante da preocupação do crescente número de casos de violência doméstica e a dificuldade de muitas mulheres que estão em distanciamento social de denunciarem seus agressores. A campanha foi inspirada em uma iniciativa indiana, de fazer uma bolinha vermelha na palma da mão para pedir ajuda contra a violência doméstica. Durante a entrevista, a juíza também abordou a importância de se defender a democracia brasileira, e que “a Constituição tem todos os remédios para todas as dores da sociedade brasileira e mecanismos de controles”.