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A cadeia de suprimentos e seus principais gargalos na consultoria jurídica empresarial

Por Ricardo Costa Oliveira

A cadeia de suprimentos e seus principais gargalos na consultoria jurídica empresarial
Foto: Divulgação

Num escritório de advocacia e consultoria empresarial, a cadeia de suprimentos se inicia com o atendimento ao cliente para marcação de reuniões. Neste encontro, são definidos o escopo de trabalho e os procedimentos necessários para uma rápida e eficiente resposta ao solicitante.

 

Logicamente que o valor do serviço, quando o contrato não engloba um valor mensal ou por hora técnica para desenvolvimento das atividades, também configura uma etapa da cadeia de suprimentos, com seus procedimentos de negociação, barganha e fechamento do ajuste financeiro, o que, naturalmente, demanda tempo, e este, geralmente, sempre corre contra.

 

Posteriormente, existe a necessidade de coleta de informações e documentos necessários ao parecer, planejamento ou legal opinion, num procedimento denominado de due diligence, que tende a focar na busca por falhas informacionais ou documentais que não estejam em compliance com realidade empresarial analisada.

 

Ultrapassada referida auditoria, é necessário desenvolver e finalizar um planejamento de ação que corresponda aos anseios do cliente, mas que também proporcione segurança jurídica e econômica na solução aventada, com a possibilidade de geração de valor ao negócio, ou ainda de redução do valor já destruído, hábil à recuperação financeira da empresa atendida.

 

Aprovado o plano de ação com o cliente e esclarecendo todas as suas dúvidas, cabe à equipe da banca colocar em prática com toda a sua experiência, enquanto o setor administrativo do escritório contratado mantém um relacionamento comercial baseado na satisfação do cliente e no contrato firmado, para administrar o contas a receber das consultorias realizadas, e a qualidade do serviço prestado.

 

Finalizado o projeto, cabe a revisão e consolidação das informações e transações realizadas, para entrega ao cliente de um relatório das atividades, com a cobrança dos valores devidos e ainda não pagos, caso persista qualquer pendência financeira.

 

Os gargalos existentes na referida cadeia de suprimentos dos serviços prestados podem variar de acordo com cada perfil de cliente. Muitas vezes, com o cliente que é negociador e gosta de barganhar para explorar o melhor preço do serviço a ser prestado, o gargalo se encontra na fase de atendimento e fechamento do contrato, mas quando ultrapassada esta fase, todo o projeto costuma fluir de forma a não mais acumular filas ou estoques excessivos/desnecessário.

 

De outra maneira, é possível que, quando o ajuste contratual seja fácil de resolver, com satisfação de ambas as partes pelo preço proposto, o gargalo pode acontecer na coleta de informações e documentos, eis que a auditoria depende muito do nível de organização da empresa atendida e do backoffice que se dedica a responder às solicitações enviadas.

 

Mais uma vez, quando a entidade atendida possui nível satisfatório de organização gerencial, a auditoria se torna um instrumento de eficiência na proposição da melhor solução proposta, e não em um gargalo operacional em que se perde tempo para desenvolvimento do trabalho contratado.

 

Finalmente, é possível que o desenvolvimento da solução aventada seja, também, um gargalo operacional, diante da insegurança jurídica e econômica existente no ambiente judicial brasileiro, principalmente em relação ao contexto tributário, consumerista e laboral, o que torna a atividade de um consultor empresarial extremamente desafiadora, principalmente na otimização do tempo necessário à realização dos ganhos projetados em específico contexto de risco x retorno ajustado.  

 

*Ricardo Costa Oliveira é mestre em Direito dos Negócios pela U.C. Berkeley e especialista em gestão de ativos pela Stanford University

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias