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Esse Menino faz show de stand-up em Salvador um ano após viralizar na internet

Por Antônia Fernanda

Esse Menino faz show de stand-up em Salvador um ano após viralizar na internet
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O humorista mineiro Esse Menino, criador do meme 'Pfãizer', aterrissou  em terras baianas nesta terça-feira (9) para estrear na capital baiana o seu stand-up, intitulado "Esse Menino Ao Vivo". O projeto é a realização de um sonho e um dos frutos que ele colheu depois de viralizar nas redes sociais. 

 

Em entrevista para o Bahia Notícias, o comediante falou da importância e da representatividade de estar realizando uma turnê nacional de um show de humor. 

 

"Eu tenho mania de descrever como possivelmente o show mais gay que as pessoas já assistiram na vida delas, principalmente no stand-up, porque é um meio dominado por homens héteros. Tem muita gente que é muito boa, só que acaba que a gente tem sempre a mesma perspectiva de tudo. Dessa vez, eu estou falando da minha vida, do meu ponto de partida, do meu sexo, da minha forma de paquerar, porque a gente não vê tanto no meio. Eu acho que a galera pode esperar muita identificação e, até quem não se identifique, vai falar: 'nossa eu conheço alguém assim'", afirmou. 

 

"Muitas pessoas que vão ao meu show me falam que é a primeira vez que elas estão indo para um stand-up e isso para mim é uma das coisas mais legais. Elas se sentem tão fora desse ambiente pela galera que domina a cena, que agora eles estão se permitindo ir, estão gostando", completa.

 

Para o influencer, o humor também ocupa um papel muito importante na sociedade: "Sempre riram muito da gente, e agora estão rindo com a gente. Isso é muito importante até para quebrar algumas barreiras, mudar alguns pensamentos. Para mim esse processo é muito massa, sinto que ele é muito natural".

 

O espetáculo de uma hora de duração traz temas que transitam da política ao sexo, do cotidiano à viralização, em uma originalidade e liberdade que são marcas do roteirista. 

 

"No início do show eu vou perguntando a cada pessoa se tem gays, lésbicas, sempre pergunto se tem pessoas trans e travestis, e o número é sempre muito pequeno, mas tem crescido também. Então eu acho que é isso. A partir do momento que a gente reconhece o poder que a comédia tem, tanto positivo quanto para negativo, a gente trabalha com mais responsabilidade", reflete o roteirista, que teve seu nome citado na lista da Forbes Under 30. 

 

O show será nesta quinta-feira (11), às 21h, no Teatro Jorge Amado, mas Esse Menino chegou dois dias antes em Salvador para poder conhecer um pouco mais da cidade. "Eu já tinha colado aqui algumas vezes antes, porque meu irmão, que é meu produtor, morou aqui durante muitos anos. A gente veio para visitar ele uma vez, mas nunca consegui vir aqui para aproveitar, dar um giro... deixar uma marca registrada", brincou. 

 

SUCESSO DO MEME 'PFÃIZER' 

Em junho de 2021, há pouco mais de um ano, as redes sociais estava tomada pelos bordões "Tá passada?", "Vai responder não, p*uta?" e "Aqui quem fala, é ela, a Pfãizer". Essas e outras dezenas fazem parte do vídeo viral em que o artista mineiro interpreta uma série de trocas de e-mails entre a farmacêutica Pfizer e o presidente Jair Bolsonaro, sugerindo a venda de vacinas contra Covid-19.

 

Só no Instagram, o vídeo de 3 minutos e 25 segundos possui mais de 21,4 milhões de visualizações. O sucesso rendeu memes, engajamento e uma bela virada de chave na vida do humorista.

 

"Mudou tudo. Eu estava em uma estrada, começando a me inserir no mercado primeiro e o [meme] viral mudou tudo, me colocou em outro patamar diante da imprensa, diante da indústria, e o que eu fiz foi aproveitar as oportunidades que surgiram, que poderiam ter acabado ali também. Então, eu me coloquei à disposição de melhorar sempre, trabalhar sempre, profissionalizar, ser um artista melhor, ver quais eram meus pontos fortes e trabalhar os pontos fracos", relembra. 

 

Através do sucesso, ele conseguiu realizar o grande sonho de infância: fazer shows por todo o país. "Foram muitas realizações, mas uma que eu falo sempre é poder viver da minha arte. Eu nunca sonhei em ser famoso, eu sempre sonhei em poder viver de comédia, isso pra mim é a maior satisfação. Toda vez que eu subo nos palcos lembro de eu pequenininho sonhando com essa vida e estando ali. Eu fico muito feliz. Ter meu público é a minha maior realização", confessa. 

 

Para 2023, os planos são ainda maiores. "Eu sempre fui de sonhar alto e continuo. Tenho muitos projetos que eu quero realizar no ano que vem. Alguns a gente vai começar a trabalhar no final deste ano. Essa turnê que eu estou fazendo agora está numa pegada de testar o texto mesmo, fazendo teste de piadas. Mas ano que vem essa turnê cresce muito mais, eu quero fazer uma coisa tipo diva pop, meio Beyoncé. Quero misturar comédia com figurino, dançarinos, cenografia... Eu quero elevar o nível e fazer um especial para a Netflix. Quem sabe?", sugere o roteirista. 

 

Engajado politicamente na internet, Esse Menino revelou ao BN que vai dar início a um projeto em meio ao período eleitoral deste ano: "Toda semana eu vou lançar coisas relacionadas ao meu posicionamento político com o meu jeito, com humor igual foi o vídeo da Pfizer. Nem muito na intenção de mudar a opinião de ninguém, mas na intenção de entreter a galera que está do meu lado".

 

PERÍODO SABÁTICO

No início deste ano, o humorista ficou um período fora das redes sociais para cuidar da saúde mental depois de passar meses se dedicando prioritariamente à agenda profissional: "Eu sei como a internet funciona e sabia que em algum momento ia vir outro meme. Eu falei: 'então vou surfar nesta onda aqui, vou trabalhar bastante e quando ela der uma abaixada a gente vai administrando'. Só que acabou que continuou um fluxo muito grande, porque graças a Deus a galera foi gostando do meu trabalho. Quando chegou no final do ano, eu comecei a conversar com a minha equipe, tinha mais um ano de trabalho direto e já eu estava muito cansado.

"Eu trabalho muito com a minha criatividade, com a mente e eu estava exausto, não conseguia produzir mais nada. Eu tenho depressão e já estava vendo alguns sinais neste sentido tomarem conta da situação. Eu estava mal e negligenciando toda a minha saúde... Tem que saber a hora de parar, para voltar bem". 

Um ano após ganhar o público, o humorista afirma que está aproveitando todas as oportunidades, pois compreende que viver de arte no país não é uma tarefa fácil. "A vida de artista é um grandíssimo perrengue, ainda mais se você é um artista independente. Chegou a minha vez e eu estou aproveitando. Espero que chegue a de mais pessoas", deseja.