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Felipe Araújo destaca papel dos artistas na pandemia: 'É de se reconhecer esse esforço'

Por Júnior Moreira Bordalo

Felipe Araújo destaca papel dos artistas na pandemia: 'É de se reconhecer esse esforço'
Foto: Divulgação

Com mais de 1,4 milhão de seguidores no Facebook, 8,2 milhões no Instagram, 4,9 milhões de inscritos no YouTube e 3,9 milhões de ouvintes mensais no Spotify, o cantor Felipe Araújo segue sendo um dos maiores nomes da música sertaneja da atualidade. Se em janeiro de 2018 - quando esteve na redação do Bahia Notícias - ele mostrou ansiedade com a possibilidade de comandar um show pela primeira vez em Salvador (veja aqui), agora vibrou ao relembrar a história que construiu ao longo desse intervalo.

 

“Acredito que algumas músicas que vieram nesse caminho, com certeza, alteraram bastante minha vida. Já estava tocando bem, mas em julho daquele ano gravei ‘Atrasadinha’ [parceria com Ferrugem] e foi um grande sucesso. Muito grato a Deus por tê-la colocado em meu caminho, porque no ano de 2019 pude conquistar alguns prêmios, que até então eram coisas de outro mundo, como a Música do Ano no Domingão do Faustão, Caldeirão do Huck, Prêmio Multishow... enfim, gratificante e surpreendente”, relembrou.

 

Filho da baiana Neusania Ana Nascimento, ele considerou que a sua relação com a Terra do Axé - além de um traço da “própria genética” - foi fortalecida. “O que mais amo aqui é o povo, o público mesmo. São festeiros. Morrendo de saudades de fazer show aqui. Pude vir no Carnaval em 2020, conheci a rainha Ivete Sangalo e pude ver de perto como esse evento é maravilhoso. O povo baiano é o que amo com certeza”, reforçou.

 

Porém, se naquela época seus admiradores “clamavam” por mais interação nas redes sociais, três anos depois - apesar do esforço do músico - pouca coisa mudou. “Na verdade, estou melhor, mas mesmo assim os fãs ainda me cobram. No final do ano, estava gravando meu novo EP e eu fiquei muito focado, já que não consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo, aí esqueci de fazer os stories, eles cobraram... mas vou me adaptando”, amenizou.

 

Diferente da outra vez, Felipe está em Salvador para processo apenas de divulgação com os veículos do Nordeste, já que shows ainda estão suspensos por conta da pandemia da Covid-19. Em dezembro de 2020, ele lançou a música “Você não Vale” em parceria com Japinha da banda alagoana Conde do Forró, que faz sucesso com a pisadinha. O single dos dois já acumula quase 10 milhões de visualizações só no YouTube.

 

“É uma música que gosto demais. A Japinha é uma menina maravilhosa, grande cantora, super talento. O feedback tem sido muito legal”, afirmou. O sertanejo explicou que já vinha acompanhando o movimento do piseiro aqui da região. “Na verdade, Japinha lançou a música ‘Romance Desapegado’ em agosto, se não me engano. E logo no início de outubro fiz o convite. Achei uma artista de muita personalidade e transparência. Percebi que seria um grande sucesso”, confessou.

 

O vídeo conta com participação da atriz Lívia Aragão, filha do humorista Renato Aragão, que ficou famosa ao atuar em diversos filmes do pai. Quanto a isso, o cantor não escondeu o nervosismo. “Sou um péssimo ator. Fiquei na média no clipe, porque conversei com ela. Muito gente boa, parceira, humilde. Falei a ela que fiquei feliz por ela ter aceitado porque a gente conhece ela desde pequena. Ela é um baita talento. Super parceira”, pontuou. O clipe conta ainda com os atores Rainer Cadete e Sill Esteves.  Veja:

PROVAÇÕES NA PANDEMIA

Como dito, sua passagem pela Bahia está sendo sem o contato com o público por conta da permanência do estado pandêmico no País, potencializado neste início de 2021 após alta dos casos. Ao logo desse tempo, Felipe dedicou-se a produzir material que será disponibilizado futuramente com os fãs, a exemplo do seu próximo EP, que sairá em fevereiro, dividido em duas partes. “Está vindo muita música bacana por aí. Gravei este final de semana em São Paulo os clipes”, adiantou. O músico contou ainda que tem um outro projeto basicamente pronto em que unirá futebol, pagode e sertanejo. “Vai ser um documentário unindo tudo isso, as maiores paixões do Brasil”, definiu. O projeto terá participações de artistas do pagode e jogadores.

 

Além disso, ele pôde viver mais o “ambiente familiar” ao longo desse tempo. “Tá sendo um período de aprendizado, desafios para o mundo inteiro. Não vai ter ninguém que não irá se lembrar de 2020 e algo que aprendeu. Está sendo muito bacana aproveitar mais a família, pude refletir sobre a vida. Esses são os lados bons de tudo isso. Estou com saudade de fazer shows, quero muito voltar, mas lá na frente a gente vai entender o que está acontecendo”, acredita.

 

Por “aproveitar mais família” pode-se entender, no seu caso, como um teste de casamento também, já que iniciou o relacionamento com a modelo Estella Defant pouco antes de tudo parar por conta do novo coronavírus. “Casal que sobreviver à pandemia pode ficar para sempre junto (risos). Vimos o tanto de gente que se separou e que não imaginávamos que aconteceria. Começamos a namorar em janeiro de 2020, estávamos nos conhecendo, e logo veio a pandemia. Mas, graças a Deus, estamos firmes. Um ano de pandemia é quase bodas de ouro”, brincou ao fazer a equivalência com a celebração de 50 anos de um casamento.

 

Se de um lado se fortaleceu no relacionamento, por outro ele lidou com a morte de pessoas próximas, assim como milhares de brasileiros. Um desses casos foi o seu Francisco Camargo (veja aqui), pai de Zezé di Camargo e Luciano. Amigo pessoal da família e fã da história, Felipe, inclusive, se inscreveu para participar do filme “Dois Filhos de Francisco”, sucesso do cinema brasileiro de 2005 que narrou a ascensão da dupla sertaneja. “Sempre me inspirou. Sinônimo de exemplo para mim, para meu pai, irmão (Cristiano Araújo - morto em 2015). Temos o Zezé di Camargo e Luciano como ídolos da carreira. Seu Francisco é um herói para nação brasileira, imagino. Um cara que lutou pelos sonhos dele e dos filhos. Trabalhou como boa parte do povo brasileiro, enfrentando todos os desafios. A história dele é muito bonita. Meu pai sempre fez tudo pelos filhos também. Sempre lutou e fez de um tudo para nós”, detalhou.  

 

Baseado nessa inspiração de vida e diante do caos instalado no País, o músico defendeu que a responsabilidade dos artista é poder levar entretenimento para as pessoas. “No começo dessa pandemia, quando todos estavam em casa, apreensivos, acho que os artistas assumiram um papel muito bacana, levando alegria para pessoas e podendo ajudar quem estava passando por necessidades. O movimento das lives, que começou com o Gusttavo Lima e abriu os olhos de todos, [...] as doações arrecadas ajudaram muitas pessoas. Pude fazer também e arrecadamos mais de 200 toneladas de alimentos. É de se reconhecer esse esforço da nossa classe”, afirmou. Assista à entrevista completa: