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Feliz com rumo da carreira, Jau lembra período de reclusão: 'Dei uma enchida de saco'

Por Júnior Moreira Bordalo

Feliz com rumo da carreira, Jau lembra período de reclusão: 'Dei uma enchida de saco'
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

“É como uma transformação. A mensagem que está aí é o amor e o objetivo é transformar com a melodia. Hoje, é extremamente difícil se manter no mercado com o produto que não seja de verdade”. É assim que Jau vê sua arte. Sim, o artista baiano, de 48 anos, que começou no Olodum, passou pelo Afrodisíaco, que depois virou Vixe Mainha, vê sua música como “arte” e sem rótulos. Pode ser bossa nova, reggae, axé, MBP, pode ser um pouquinho de cada ou pode ser apenas o seu som. “Enquadrar é um jeito de colocar em embalagem e colocar na prateleira. Sou filho da FM e ouvia muitas coisas. Amava Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Bob Marley, Lulu Santos, Djavan... isso foi me transformando. Sou feito de multiplicidade. Se fosse enquadrar teria que respeitar outros elementos e dar outro nome, mas não penso nisso”, relativiza ao Bahia Notícias.

 

Com histórico de sucessos, a exemplo de “Já é”, “Café Com Pão”, “Vixe Mainha”, “Flores da Favela”, “Amar é bom” e “Se Joga”, ele entende que essa multiplicidade de influências o beneficiou na carreira. “Não vira refém de um gênero. O mundo é cíclico de um modo geral e quando você não é enquadrado em um lugar você é o universo. Então, minha carreira vai ficando assim”. Em seguida, pontuou a crise que a música da Bahia enfrenta, em que deixou de ser a número do Brasil, posto atualmente ocupado por sertanejo e funk.

 

“A gente foi o que é o sertanejo hoje. Porém, não mudou para mim. Acho que o público segue minha música de forma atemporal. Em casa, na rua, em qualquer ambiente estará lá e gosto disso”, confessa. Essa “fase ruim” da música na Terra do Axé, para ele, é um reflexo direto da ganância dos empresários. “Essa manobra para montar o artista rápido é o que prejudicou a nossa música. Antigamente, o empresário não queria o artista de verdade, né? Não precisava do artista que pensava e começaram a substituir por produtos descartáveis”.

Por isso, diz-se confortável com o rumo que sua estrada tomou. “Sou um homem feliz e agradeço todos os dias. Teve uma fase de minha vida que dei uma enchida de saco, fui para Massarandupió, cuidar de bichos, engordei 30 kg, fiquei grandão. Foi importante para me encontrar. Hoje, acordo cedo e agradeço a vida que tenho. E se sou feliz como ser humano, a carreira também vai bem. Muito feliz com tudo que aconteceu e com o que não deu certo também”, balanceia. Ao ser questionado sobre o que mais se orgulha, é direto. “Não fico pensando, não fico me masturbando com isso, deixo as coisas acontecerem. Porém, tudo que me transformou em um ser humano melhor acho fantástico”.

 

Além disso, quem acompanha Jau já sabe que seu show tem que ter taças de vinho. Essa fama de boêmio e a imagem do “cara que vive deitado na rede” não o incomoda. “Nasci no Rio Vermelho, no dia 27 de setembro, dia de São Cosme e Damião. O que esperar de um cara desses? (risos) O antagonismo é só que gosto de vinho e não cachaça e cerveja. Adoro quando falam isso, pois sou assim mesmo. Nada desenfreado, mas sou assim. Leveza, vida bacana e liberdade”.

 

NOVO SHOW

Com essa vibe tranquila e poética, Jau se prepara para iniciar o novo show e projeto, “Baile da Rosa Branca”, no Pestana Convento do Carmo, no dia 27 de julho, a partir das 22 horas. Os ingressos já estão à venda no Sympla e na loja Chez Cohen (Salvador Shopping, L2) e custam R$ 80. Ele explica que o projeto nasceu de uma brincadeira com o amigo Manno Góes. “Tem uma poesia que declamo antes da releitura de ‘Telegrama’ de Zeca Baleiro nos shows, e toda vez que o encontrava ele falava ‘eu queria ser uma rosa branca’. E pensando na rosa como símbolo da paz e amor decidi fazer esse baile, com um novo show. Criamos a ideia do projeto e posteriormente fizemos a canção. Nasce de uma poesia”.

Além de canções inéditas e do single que leva o nome do projeto, o show, que terá cerca de três horas, contará com releituras e sucessos da carreira. Ele, inclusive, apostou no single “Rosa Branca” por ser um "sinônimo de felicidade". “Fazer algo pelo seu amor. Amo a música e toda vez que toca me emociono. É uma leveza para chegar ao coração”. Além do show, a festa terá performances e cenografia especial.