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Demitido, ator detona SBT e diz ter sofrido assédio: 'Colocou o dedo na minha cara'

Demitido, ator detona SBT e diz ter sofrido assédio: 'Colocou o dedo na minha cara'
Foto: Divulgação

O ator Nando Cunha, que ficou conhecido do grande público após novelas na Globo, como "Araguaia" e "Salve Jorge", foi demitido do SBT e seu personagem em "As Aventuras de Poliana" será morto nesta quarta-feira (15). Ele ficou sabendo do desligamento pelo WhatsApp. Em entrevista ao Notícias da TV, o artista criticou a emissora de Sílvio Santos e disse ter sofrido assédio nos bastidores.

 

"Na prova de figurino, me deram qualquer tênis e qualquer roupa para usar sem nem me ouvir. Além disso, uma produtora de elenco colocou o dedo na minha cara dizendo que eu não tinha de questionar nada, que tinha de fazer o que ela mandava. Desculpa, mas ninguém manda em mim. Tenho 28 anos de carreira. Eu só tenho de acatar ordens da direção, que na verdade são de direcionamento de ator", explicou.

 

Nando diz que os textos da autora Iris Abravanel, que considera de direita, não abordam questões de representatividade racial ou de gênero, fazendo alusão aos pensamentos do presidente Jair Bolsonaro. "Eles [SBT] não mostram diversidade, têm medo de falar. Falta um arco dramático maior, aprofundar os personagens, as tramas... Fazer um gancho de um capítulo para outro. Eu vejo um texto extremamente de direita. Eles querem passar a história de uma família conservadora tradicional brasileira e coisas dessa nova onda, e não mostram a diversidade".

 

"Conservadorismo é o pensamento do SBT, do Silvio Santos e do presidente [Jair Bolsonaro], que é amigo dele. A gente vive um retrocesso cultural, econômico e é a partir desse poder que ele [Bolsonaro] está hoje eleito. E o SBT assina embaixo". Sendo assim, acredita que a emissora faz um desserviço para as pessoas. "A novela não dialoga com os diversos tipos de relacionamentos que temos na sociedade; [não tem] um casal gay, as diversas formas de gênero... o próprio negro é tratado de uma forma estereotipada. É uma família de negros pobres em uma comunidade. Por que não colocaram o meu personagem como dono de colégio e a minha mulher como uma empresária bem-sucedida?", questionou.

 

Além disso, afirmou que não voltaria a trabalhar novamente na empresa da família Abravanel e pontuou que, por morar no Rio de Janeiro, era responsável por pagar as viagens para São Paulo e estadia. "Era complicado, porque o SBT não banca passagem para ninguém, nem estadia. Como eu moro no Rio, eu saía de manhã para chegar lá [no SBT] no horário. Às vezes, ficavam chateados porque eu chegava atrasado se a ponte aérea dava zica, ou porque o avião não subiu, por neblina ou mau tempo, mas a culpa não é minha. Eu sempre comprei as passagens para chegar de manhã. Em relação às passagens e à estadia [que eu bancava], é uma coisa que eu não gosto de contestar, porque já estava no contrato. Mas é meio desgastante, era metade do salário - que já não era lá aquelas coisas", alfinetou.

 

Em nota, o SBT negou as acusações de assédio. "No roteiro da autora Iris Abravanel, a morte do personagem Ciro já estava prevista. Provavelmente o ator imaginou que seu desempenho poderia reverter a história, o que não ocorreu. Foi verificado que todas as outras acusações de Nando Cunha descritas neste e-mail [enviado pelo Notícias da TV] não têm nenhum fundamento, ao contrário, o ator sempre foi bem tratado por todos da equipe de teledramaturgia".